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EUA estuda programa na América Central para frear migração

O plano foi batizado como Central AmeriCorps, uma referência ao programa de serviço público dos EUA que conta com 270 mil participantes a cada ano

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Publicado em 9 de junho de 2021 às 11h56.

Última atualização em 9 de junho de 2021 às 14h10.

Por Eric Martin, da Bloomberg 

Enquanto o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, busca resolver as causas da migração, uma organização de El Salvador propôs a criação de um programa de serviço público para dezenas de milhares de jovens na América Central, de acordo com pessoas a par do plano.

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O plano foi batizado como Central AmeriCorps, uma referência ao programa de serviço público dos EUA que conta com 270 mil participantes a cada ano. Sob o novo programa, 60 mil adolescentes e jovens adultos em El Salvador, Honduras e Guatemala receberiam oportunidades de emprego, treinamento e qualificação, bem como incentivos para permanecer na região, segundo as pessoas, que não quiseram ser identificadas porque a proposta ainda não foi divulgada.

Os participantes receberiam uma bolsa de cerca de US$ 250 por mês, e o programa - incluindo despesas gerais - teria um custo de US$ 270 milhões por ano. Seria financiado inicialmente pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, conhecida como USAID, com a possibilidade de empresas e outros governos fornecerem recursos posteriormente, disseram as pessoas.

A Glasswing, uma ONG salvadorenha, fez uma proposta original de menor escala que os aliados desde então ampliaram nas conversas com a USAID, disse Celina de Sola, cofundadora do grupo. Tem como base o trabalho da ONG com jovens e comunidades nos três países, conhecidos como Triângulo Norte, disse.

“Todos tentamos identificar possíveis formas de lidar com a falta de oportunidades, insegurança, instabilidade”, afirmou.

A USAID está ciente da ideia de criar a Central AmeriCorps, disse um assessor de imprensa da agência, que não quis fazer outros comentários. Todas as propostas de parceria com a USAID na América Central estão sujeitas aos rigorosos processos de verificação e avaliação da agência, disse o funcionário.

O programa está entre as várias opções em consideração para o desenvolvimento da região, segundo uma das pessoas.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, viajou para a Guatemala e México na segunda e terça-feira e fez um apelo para que os residentes não migrem ilegalmente para o país. O governo Biden intensificará os esforços para combater a corrupção na região, disse Harris após reunião com o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei.

“Não venham. Não venham”, disse Harris em conferência de imprensa na Cidade da Guatemala. “Se vierem até nossa fronteira, serão enviados de volta.”

A viagem de Harris faz parte dos esforços do governo americano para limitar o fluxo de migrantes da América Central depois de mais de 200 mil tentativas de pessoas da região para entrar nos EUA desde o início do ano. Biden instruiu a vice-presidente a coordenar a iniciativa para controlar a migração.

O fluxo de migrantes da região ganhou força em meio às disparidades econômicas e sociais entre a América Central e os EUA, que foram agravadas pela pandemia de coronavírus.

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