EUA estudam manter conversações com Irã sobre Iraque
Investida de militantes do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante ameaça desmembrar o Iraque e desencadear uma guerra sectária no Oriente Médio
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 10h28.
Mosul - Os Estados Unidos estão contemplando realizar conversas com o Irã , país rival, a fim de apoiar o governo iraquiano em sua batalha contra insurgentes islâmicos sunitas que expulsaram o Exército iraquiano e tomaram o controle do norte do país na semana passada.
A impressionante investida de militantes do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) ameaça desmembrar o Iraque e desencadear uma guerra sectária no Oriente Médio, que não respeitaria fronteiras nacionais.
Uma ação conjunta entre os Estados Unidos e o Irã ajudaria o governo de seu aliado em comum, Nuri al-Maliki, primeiro-ministro do Iraque, e seria uma ação inédita desde o começo da animosidade entre os dois países após a revolução iraniana de 1979. Isso também demonstraria o grau de alarme ocasionado pelo avanço da insurgência.
Os combatentes do EIIL capturaram a cidade de maioria turcomana de Tal Afar, no noroeste do país, durante a noite, após um pesados combates no domingo, solidificando seu controle no norte.
Tal Afar fica a pouco tempo de carro de Mosul, a principal cidade do norte iraquiano, a qual foi tomada por combatentes do EIIL na semana passada durante o início de uma ofensiva que mergulhou o Iraque em sua pior crise desde que as tropas dos EUA se retiraram do país.
Um alto oficial dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse no domingo que Washington estava considerando fazer contato com o Irã para encontrar maneiras de auxiliar o governo de Bagdá. Publicamente, a Casa Branca diz que tal contato ainda não foi feito.
As considerações dos EUA acontecem um dia após o presidente iraniano, Hassan Rouhani, um moderado eleito no ano passado, ter dito que Teerã consideraria trabalhar com os Estados Unidos no Iraque se visse que Washington estava disposto a confrontar “grupos terroristas”.