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EUA espionaram BCE e ministérios alemães além de Merkel

Os documentos mostram que as escutas telefônicas nos diversos ministérios começaram a ser realizadas ainda nos anos 90, segundo o jornal "Süddeusche Zeitung"


	Os documentos mostram que as escutas telefônicas nos diversos ministérios começaram a ser realizadas ainda nos anos 90, segundo o jornal "Süddeusche Zeitung"
 (Getty Images)

Os documentos mostram que as escutas telefônicas nos diversos ministérios começaram a ser realizadas ainda nos anos 90, segundo o jornal "Süddeusche Zeitung" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2015 às 11h31.

Berlim - A Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), além de ter espionado telefonicamente a chanceler Angela Merkel, teve em sua mira o Banco Central Europeu (BCE) e vários ministérios alemães, segundo documentos da plataforma Wikileaks divulgados nesta quinta-feira por vários meios de imprensa do país.

Os documentos mostram que as escutas telefônicas nos diversos ministérios - Economia, Finanças e Agricultura - começaram a ser realizadas ainda nos anos 90, segundo o jornal "Süddeusche Zeitung".

Assim, por exemplo, em um dos documentos se vincula uma linha telefônica com Oskar Lafontaine quando era ministro das Finanças, cargo que ocupou durante poucos meses entre 1998 e 1999 durante o primeiro governo de Gerhard Schröder.

A linha telefônica em questão continua em uso e atualmente pertence à secretaria do Ministério das Finanças.

A NSA, segundo os vazamentos, não realizou apenas escutas na linha do ministro mas também na de outros altos funcionários de Finanças, de Economia e de Agricultura, o que aponta para que a agência se interessava antes de tudo na política econômica e comercial alemã.

As escutas ao BCE afetaram apenas uma linha do escritório de desenvolvimento econômico.

O "Süddeutsche Zeitung" também publica o relatório da NSA sobre uma conversa que Merkel teve, em 9 de outubro de 2011, com um assistente não identificado, sobre a situação da Grécia e as diversas opções que estavam sendo estudadas naquele momento, na qual a chanceler mostrava suas dúvidas diante de uma eventual quitação de dívida.

O ministro do Interior, Thomas de Maizière, admitiu hoje, em entrevista à emissora "ARD", que desde as primeiras revelações sobre as escutas a Alemanha se tornou mais desconfiada.

"Desde o começo desta legislatura também examinamos se os serviços secretos de países ocidentais espionam a Alemanha", declarou o ministro.

Segundo o ministro da Economia, Sigmar Gabriel, mais que as escutas aos ministérios, o problema é que surge a dúvida sobre se a NSA não espionou também empresas alemãs.

"Nos ministérios não fazemos nada por telefone que valha a pena espionar. Muito mais importante é a pergunta se a NSA não espionou também empresas alemãs", disse Gabriel também em entrevista à "ARD".

"Meu ministério é responsável por proteger as empresas de espionagem econômica", acrescentou.

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