EUA enviará 1.500 militares adicionais à fronteira com o México
Em 11 de maio, será suspensa uma polêmica regulamentação sanitária conhecida como Título 42, que permite o bloqueio ou a expulsão imediata da grande maioria dos migrantes que chegam à fronteira sem visto
Agência de notícias
Publicado em 3 de maio de 2023 às 07h18.
Os Estados Unidos vão enviar 1.500 militares adicionais à fronteira com o México , mas os soldados "não participarão diretamente em atividades de manutenção da ordem", diante de um aumento previsível de migrantes ao fim de uma norma que permite bloquear muitas tentativas de entrada.
Em 11 de maio, será suspensa uma polêmica regulamentação sanitária conhecida como Título 42, que permite o bloqueio ou a expulsão imediata da grande maioria dos migrantes que chegam à fronteira sem visto ou documentação necessária para entrar em território americano.
- Governo federal anuncia concurso público para Funai e Ministério do Meio Ambiente; veja as vagas
- Advogado de Trump pede anulação do julgamento em caso de estupro
- AO VIVO: Acompanhe o sorteio da Copa do Brasil
- Lançamentos da Netflix em maio de 2023: veja os filmes e as séries
- Taxa de desemprego da Zona do Euro cai inesperadamente para a mínima histórica
- Buraco negro 'colossal' com 33 bilhões de vezes a massa do Sol pode ser o maior já encontrado
Desde que esta regra entrou em vigor com a suposta intenção de conter a pandemia, as autoridades americanas impediram mais de 2,7 milhões de pedidos de asilo. Só em março, mais de 160 mil migrantes tentaram entrar nos EUA.
O governo do presidente Joe Biden, candidato à reeleição em 2024, sabe que a suspensão do Título 42 irá fazer disparar o número de travessias na fronteira, e tenta se preparar para o inevitável.
"A pedido do Departamento de Segurança Interna" (DHS, sigla em inglês), o secretário de Defesa, Lloyd Austin, "aprovou um aumento temporário (...) de 1.500 militares adicionais para complementar os esforços do Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP)", disse o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, em um comunicado.
Funcionários do Departamento de Defesa "apoiam o CBP na fronteira há quase duas décadas", de modo que "se trata de uma prática comum", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em coletiva de imprensa.
Segundo o Pentágono, os militares ficarão a cargo por 90 dias de trabalhos de detecção, monitoramento ou registro de dados até que o CBP possa assumir essas responsabilidades contratando novos funcionários.
"Os militares não participarão diretamente das atividades de manutenção da ordem", afirmou Ryder.
Em comunicado, o Departamento de Segurança Interna reconheceu ter solicitado ajuda "devido à antecipação de um aumento da migração", mas concorda que o pessoal do Departamento de Defesa "não interagirá com migrantes ou outras pessoas sob custódia do DHS".
Bateria de medidas
Imigrantes da América do Sul e Central formam caravanas para tentar cruzar a fronteira entre México e EUA, enquanto protestam contra a morte de 40 migrantes em um incêndio em um centro de detenção, no estado mexicano de Chiapas, em 23 de abril de 2023
No final de abril, anunciou várias medidas, como a abertura de centros na Colômbia e na Guatemala para pré-selecionar migrantes que poderão entrar no país.
Também promete "simplificar" os processos de permissão de reagrupamento familiar para cubanos e haitianos e os estenderá a cidadãos de El Salvador, Guatemala, Honduras e Colômbia.
O aplicativo CBP One permanecerá ativo para que os migrantes possam agendar um horário e local do México para comparecer a um porto de entrada.
E a entrada por cotas de migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela também será mantida.
Mas Washington alerta há meses que "a fronteira não estará aberta" e aplicará o Título 8, que permite a expulsão de todos os migrantes que não tenham autorização de entrada e, ao contrário do Título 42, os penalizará com a proibição de reentrada de pelo menos cinco anos, se tentarem novamente, bem como possíveis processos criminais.
Nada disso seria necessário, insiste a Casa Branca, se o Congresso "fizesse seu trabalho", disse Karine Jean-Pierre nesta terça-feira, em uma crítica aos republicanos, que se opõem à reforma migratória e que acusam Biden de não saber administrar o "caos na fronteira".
O Departamento de Defesa americano anunciou nesta terça-feira que vai mobilizar 1.500 militares extras para a fronteira com o México. De acordo com o secretário de imprensa do Pentágono, General Pat Ryder, o efetivo vai ficar a cargo por 90 dias de trabalhos de detecção, monitoramento ou registro de dados até que o Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras possa assumir essas responsabilidades contratando novos funcionários.
Biden pôs fim à construção do muro que seu antecessor, o republicano Donald Trump, queria erguer na fronteira com o México, mas quebrou sua promessa de promover uma reforma migratória para abrir caminho à cidadania para milhões de migrantes.
O espaço de manobra de Biden tem sido muito limitado desde o início de seu mandato e principalmente agora, com o Congresso dividido: o Senado nas mãos dos democratas e a Câmara dos Representantes (baixa) com uma estreita maioria republicana.
O presidente democrata também sofre com a oposição dos republicanos radicais que governam alguns estados e com uma Suprema Corte claramente conservadora.