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EUA entregam armamento à coalizão árabe que bombardeia Iêmen

Cruz Vermelha advertiu para a situação catastrófica vivida na cidade de Áden, onde a milícia leal ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi enfrenta os rebeldes huthis

Combatentes iemenitas que lutam contra os rebeldes huthis na cidade de Áden (Saleh al-Obeidi/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2015 às 10h37.

Áden - Washington aumentou nesta quarta-feira sua participação na campanha aérea liderada pela Arábia Saudita no Iêmen com a entregando de armamento, enquanto as agências humanitárias lutam para chegar aos civis presos no conflito, que já dura quase três semanas.

A Cruz Vermelha advertiu para a situação catastrófica vivida na cidade de Áden (sul), onde a milícia leal ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi, refugiado em Riad, enfrenta os rebeldes huthis e seus aliados nas forças de segurança.

Centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas nos combates no coração desta cidade portuária e a ONG Médicos Sem Fronteiras anunciou temer que muitas outras não tenham conseguido chegar aos hospitais.

O Irã, a principal potência xiita (assim como os huthis), se opôs frontalmente à intervenção liderada pela Arábia Saudita, e efetuou esforços para a negociação de um acordo com uma visita de seu ministro das Relações Exteriores, Mohamed Javad Zarif, ao Paquistão, aliado de Riad.

Islamabad evitou até agora responder aos apelos de Riad para se unir à coalizão de nove países árabes (em sua maioria sunitas) no Iêmen, pelo temor de aumentar as profundas divisões sectárias dentro de seu próprio país e no mundo árabe.

O subsecretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que Washington está entregando armamento e apoiando a coalizão no setor de inteligência.

"A Arábia Saudita está enviando uma forte mensagem aos huthis e aos seus aliados, dizendo que não podem tomar o Iêmen à força", disse Blinken aos repórteres em Riad na noite de terça-feira.

"Em apoio aos esforços, fornecemos armamento", disse depois de se reunir com o ministro da Defesa, Mohamed Bin Salman, e com outras autoridades sauditas.

Um funcionário do Departamento de Defesa americano disse à AFP que Washington estava enviando principalmente munições de alta precisão.

Medo do avanço da Al-Qaeda

A coalizão iniciou a campanha aérea em 26 de março, depois que os rebeldes e seus aliados cercaram o presidente iemenita em seu último refúgio em Áden, o que o obrigou a fugir para a Arábia Saudita.

Riad acusa Teerã de apoiar os rebeldes e apostou em bombardeios para impedir a instauração de um Estado favorável ao Irã em sua porta.

Os rebeldes, no entanto, têm aliados poderosos nas forças de segurança leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, deposto em 2012 após um ano de revolta sangrenta inspirada na Primaveras Árabe.

A base aérea de Al-Anad, bombardeada pelos aviões sauditas, era um dos postos de controle chave a partir dos quais Washington dirigia sua guerra contra a Al-Qaeda, antes de retirar suas tropas no mês passado ante a intensificação dos combates.

Na semana passada, a rede extremista assumiu o controle de Mukala, capital de província no sudeste iemenita, e na terça-feira atacou um dos últimos redutos leais ao governo na cidade.

O secretário de Defesa americano, Ashton Carter, reconheceu nesta quarta-feira que o conflito no Iêmen está complicando os esforços de Washington na luta antiterrorista, embora a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) represente "há tempos uma séria ameaça" que continuará sendo combatida, afirmou.

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Áden - Washington aumentou nesta quarta-feira sua participação na campanha aérea liderada pela Arábia Saudita no Iêmen com a entregando de armamento, enquanto as agências humanitárias lutam para chegar aos civis presos no conflito, que já dura quase três semanas.

A Cruz Vermelha advertiu para a situação catastrófica vivida na cidade de Áden (sul), onde a milícia leal ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi, refugiado em Riad, enfrenta os rebeldes huthis e seus aliados nas forças de segurança.

Centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas nos combates no coração desta cidade portuária e a ONG Médicos Sem Fronteiras anunciou temer que muitas outras não tenham conseguido chegar aos hospitais.

O Irã, a principal potência xiita (assim como os huthis), se opôs frontalmente à intervenção liderada pela Arábia Saudita, e efetuou esforços para a negociação de um acordo com uma visita de seu ministro das Relações Exteriores, Mohamed Javad Zarif, ao Paquistão, aliado de Riad.

Islamabad evitou até agora responder aos apelos de Riad para se unir à coalizão de nove países árabes (em sua maioria sunitas) no Iêmen, pelo temor de aumentar as profundas divisões sectárias dentro de seu próprio país e no mundo árabe.

O subsecretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que Washington está entregando armamento e apoiando a coalizão no setor de inteligência.

"A Arábia Saudita está enviando uma forte mensagem aos huthis e aos seus aliados, dizendo que não podem tomar o Iêmen à força", disse Blinken aos repórteres em Riad na noite de terça-feira.

"Em apoio aos esforços, fornecemos armamento", disse depois de se reunir com o ministro da Defesa, Mohamed Bin Salman, e com outras autoridades sauditas.

Um funcionário do Departamento de Defesa americano disse à AFP que Washington estava enviando principalmente munições de alta precisão.

Medo do avanço da Al-Qaeda

A coalizão iniciou a campanha aérea em 26 de março, depois que os rebeldes e seus aliados cercaram o presidente iemenita em seu último refúgio em Áden, o que o obrigou a fugir para a Arábia Saudita.

Riad acusa Teerã de apoiar os rebeldes e apostou em bombardeios para impedir a instauração de um Estado favorável ao Irã em sua porta.

Os rebeldes, no entanto, têm aliados poderosos nas forças de segurança leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, deposto em 2012 após um ano de revolta sangrenta inspirada na Primaveras Árabe.

A base aérea de Al-Anad, bombardeada pelos aviões sauditas, era um dos postos de controle chave a partir dos quais Washington dirigia sua guerra contra a Al-Qaeda, antes de retirar suas tropas no mês passado ante a intensificação dos combates.

Na semana passada, a rede extremista assumiu o controle de Mukala, capital de província no sudeste iemenita, e na terça-feira atacou um dos últimos redutos leais ao governo na cidade.

O secretário de Defesa americano, Ashton Carter, reconheceu nesta quarta-feira que o conflito no Iêmen está complicando os esforços de Washington na luta antiterrorista, embora a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) represente "há tempos uma séria ameaça" que continuará sendo combatida, afirmou.

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