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EUA e Cuba tentam avançar em diálogo

Os dois governos terão encontros durante todo o dia no Departamento de Estado, depois de um primeiro encontro oficial em Havana no fim de janeiro

A subsecretária de Estado para a América Latina, Roberta Jacobson: governos terão encontros durante todo o dia no Departamento de Estado, depois de um primeiro encontro oficial em Havana no fim de janeiro (Brendan Smialowski/AFP)
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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 12h56.

Washington - Estados Unidos e Cuba davam prosseguimento nesta sexta-feira, em Washington, a um diálogo histórico, no segundo ciclo de negociações que pretendem restabelecer as relações diplomáticas e uma completa normalização que deve acabar com meio século de conflito.

Os dois governos terão encontros durante todo o dia no Departamento de Estado, depois de um primeiro encontro oficial em Havana no fim de janeiro que sucedeu ao anúncio histórico, de 17 de dezembro, feito pelos presidentes dos Estados Unidos e de Cuba, Barack Obama e Raúl Castro, sobre o degelo entre os dois países inimigos.

A subsecretária de Estado para a América Latina, Roberta Jacobson, irá se reunir com a cubana Josefina Vidal, chefe do Departamento sobre os Estados Unidos da chancelaria de Havana.

O objetivo é reabrir, talvez nos próximos meses, as embaixadas nas duas capitais e nomear representantes diplomáticos. Os dois países não mantêm relações diplomáticas desde 1961, mas mantêm desde 1977 uma escritório de interesses.

"Nossos presidentes (Obama e Castro) e meu secretário de Estado (John Kerry) ficariam felizes se conseguíssemos terminar tudo antes da reunião de cúpula das Américas em 10 e 11 de abril no Panamá", afirmou uma fonte do Departamento de Estado.

Obama e Castro pretendem comparecer à reunião internacional dentro de seis semanas. Uma oportunidade para um eventual encontro e a reabertura das relações diplomáticas.

A nomeação dos embaixadores parece algo viável, mas a normalização completa das relações promete ser muito mais complicada: depois de mais de meio século de hostilidades, as divergências são muitas, começando com o embargo comercial e financeiro que Washington impõe à ilha comunista desde 1962.

Havana pediu o fim do embargo, o presidente democrata Barack Obama está a favor e pediu ao Congresso, controlado pelos republicanos, que trate o tema, já que tem a prerrogativa.

Alguns congressistas republicanos e democratas também defendem o fim do embargo, mas outros são contrários à possibilidade. Denunciam, entre outras coisas, um processo de normalização sem diálogo prévio com o regime castrista sobre direitos humanos e repressão política.

Nova estratégia

"Buscamos uma nova estratégia", respondeu o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

Ele reiterou que a "estratégia anterior, que durou mais de 50 anos e consistia em tentar isolar Cuba para pressionar o governo a mudar sua maneira de tratar os cidadãos apresentou poucos resultados".

O governo americano flexibilizou nas últimas semanas alguns aspectos do embargo - para o setor privado de empresas cubanas e nas telecomunicações -, mas o essencial permanece em vigor.

Um fator de discórdia é a permanência de Cuba na lista do Departamento de Estado sobre países que promovem o terrorismo, e a necessidade ou não de eliminar o país dessa lista antes de reabrir as embaixadas.

Em Havana, um alto funcionário da chancelaria cubana, Gustavo Machín, adiantou à imprensa que "seria controverso" restabelecer relações diplomáticas e a ilha permanecer nesta lista, na qual o país foi incluído em 1982.

Mas uma fonte do Departamento de Estado assegurou que um acordo bilateral que permita restabelecer as relações diplomáticas e a reabertura de embaixadas seria facilitado se as duas coisas forem analisadas separadamente.

Pouco antes dos primeiros encontros oficiais entre Cuba e Estados Unidos no fim de janeiro, Havana libertou 53 dissidentes que estavam em uma lista estabelecida em conjunto com o governo americano.

As discussões desta sexta-feira, centradas nas relações diplomáticas, também poderiam permitir estabelecer uma data para um primeiro encontro oficial sobre direitos humanos, segundo fontes diplomáticas americanas.

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O objetivo é reabrir, talvez nos próximos meses, as embaixadas nas duas capitais e nomear representantes diplomáticos. Os dois países não mantêm relações diplomáticas desde 1961, mas mantêm desde 1977 uma escritório de interesses.

"Nossos presidentes (Obama e Castro) e meu secretário de Estado (John Kerry) ficariam felizes se conseguíssemos terminar tudo antes da reunião de cúpula das Américas em 10 e 11 de abril no Panamá", afirmou uma fonte do Departamento de Estado.

Obama e Castro pretendem comparecer à reunião internacional dentro de seis semanas. Uma oportunidade para um eventual encontro e a reabertura das relações diplomáticas.

A nomeação dos embaixadores parece algo viável, mas a normalização completa das relações promete ser muito mais complicada: depois de mais de meio século de hostilidades, as divergências são muitas, começando com o embargo comercial e financeiro que Washington impõe à ilha comunista desde 1962.

Havana pediu o fim do embargo, o presidente democrata Barack Obama está a favor e pediu ao Congresso, controlado pelos republicanos, que trate o tema, já que tem a prerrogativa.

Alguns congressistas republicanos e democratas também defendem o fim do embargo, mas outros são contrários à possibilidade. Denunciam, entre outras coisas, um processo de normalização sem diálogo prévio com o regime castrista sobre direitos humanos e repressão política.

Nova estratégia

"Buscamos uma nova estratégia", respondeu o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

Ele reiterou que a "estratégia anterior, que durou mais de 50 anos e consistia em tentar isolar Cuba para pressionar o governo a mudar sua maneira de tratar os cidadãos apresentou poucos resultados".

O governo americano flexibilizou nas últimas semanas alguns aspectos do embargo - para o setor privado de empresas cubanas e nas telecomunicações -, mas o essencial permanece em vigor.

Um fator de discórdia é a permanência de Cuba na lista do Departamento de Estado sobre países que promovem o terrorismo, e a necessidade ou não de eliminar o país dessa lista antes de reabrir as embaixadas.

Em Havana, um alto funcionário da chancelaria cubana, Gustavo Machín, adiantou à imprensa que "seria controverso" restabelecer relações diplomáticas e a ilha permanecer nesta lista, na qual o país foi incluído em 1982.

Mas uma fonte do Departamento de Estado assegurou que um acordo bilateral que permita restabelecer as relações diplomáticas e a reabertura de embaixadas seria facilitado se as duas coisas forem analisadas separadamente.

Pouco antes dos primeiros encontros oficiais entre Cuba e Estados Unidos no fim de janeiro, Havana libertou 53 dissidentes que estavam em uma lista estabelecida em conjunto com o governo americano.

As discussões desta sexta-feira, centradas nas relações diplomáticas, também poderiam permitir estabelecer uma data para um primeiro encontro oficial sobre direitos humanos, segundo fontes diplomáticas americanas.

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