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EUA fazem manobras e Coreia do Norte fala em guerra nuclear

Estados Unidos e Coreia do Sul mobilizam 230 aviões e dezenas de milhares de soldados num exercício conjunto; e Pyongyang fala em guerra nuclear

Jatos americanos Air Force EA-18G Growler sobrevoam base da Coreia do Sul em 04/12/2017 (Oh Jang-hwan/News1/Reuters)

Jatos americanos Air Force EA-18G Growler sobrevoam base da Coreia do Sul em 04/12/2017 (Oh Jang-hwan/News1/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 08h28.

Última atualização em 4 de dezembro de 2017 às 10h10.

Estados Unidos e Coreia do Sul iniciaram nesta segunda-feira um grande exercício aéreo conjunto, uma operação que Pyongyang chamou de "provocação total", poucos dias depois do lançamento de um potente míssil norte-coreano.

O exercício de cinco dias, batizado de Vigilant Ace, envolve mais de 230 aviões, incluindo caças F-22 Raptor, e mobiliza dezenas de milhares de soldados.

Durante o fim de semana, o jornal estatal norte-coreano Rodong denunciou as manobras.

"É uma provocação aberta, em todos os níveis, contra a Coreia do Norte, que poderia resultar em uma guerra nuclear a qualquer momento", afirmou a publicação em um editorial.

"Os belicistas americanos e sua marionete sul-coreana fariam bem em recordar que seu exercício militar dirigido contra a Coreia do Norte será tão estúpido como um ato que precipita sua autodestruição", completou.

O ministério norte-coreano das Relações Exteriores acusou no sábado o governo de Donald Trump de "querer a guerra nuclear a qualquer preço" com esta simulação aérea.

O exercício anual começou cinco dias depois do teste norte-coreano de um míssil balístico intercontinental (ICBM), supostamente capaz de atingir o território dos Estados Unidos.

Em um momento de grande tensão, no domingo o influente senador republicano Lindsey Graham citou o fantasma de uma guerra preventiva.

"Se acontecer um teste nuclear subterrâneo, será necessário estar preparado para uma resposta muito séria dos Estados Unidos", advertiu o congressista em uma entrevista ao canal CBS.

As ameaças de Pyongyang

As palavras de Graham foram um complemento às declarações de sábado do assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, o general HR McMaster, que durante um fórum sobre defesa afirmou que a probabilidade de uma guerra com a Coreia do Norte "aumenta a cada dia".

O isolado e empobrecido regime realizou seis testes nucleares desde 2006, o mais recente deles em setembro.

A Coreia do Norte lançou na quarta-feira passada um novo tipo de míssil Hwasong 15, com capacidade de transportar uma "ogiva pesada extragrande" e que pode atingir todo o território continental dos Estados Unidos. Segundo o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, com o teste o país alcançou o objetivo de tornar-se um Estado nuclear de pleno direito.

Os analistas consideraram que o mais recente teste mostra o avanço de Pyongyang na tecnologia militar, mas também destacaram que era muito provável que para o teste o país utilizou uma ogiva leve e que com uma ogiva nuclear mais pesada o míssil teria dificuldades para chegar mais longe.

Também demonstraram ceticismo a respeito da capacidade da Coreia do Norte de preservar a sobrevivência das ogivas em sua reentrada na atmosfera.

O programa militar, que rendeu muitas condenações internacionais a Pyongyang, avançou desde a chegada ao poder de Kim Jong-Un em 2011.

A eleição de Trump como presidente dos Estados Unidos aumentou a tensão e a ameaça de um conflito, mais de seis décadas depois da Guerra da Coreia (1950-53) que deixou a península em ruínas.

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