Evo Morales votando: presidente tem paradeiro desconhecido (Ueslei Marcelino/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de novembro de 2019 às 13h41.
Última atualização em 11 de novembro de 2019 às 13h43.
Washington — O governo dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira ser importante que a Bolívia seja controlada por civis, e não pelas forças militares que pressionaram até a renúncia do agora ex-presidente Evo Morales, anunciada ontem.
"De acordo com a Carta Democrática Interamericana, é crucial que a liderança civil constitucionalmente nomeada mantenha o controle durante a transição", disse à Agência Efe um porta-voz do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental.
O porta-voz afirmou também que os EUA estão acompanhando a rápida evolução na Bolívia após a renúncia de Morales. Da mesma forma, reiteraram o apoio a uma nova convocação para as eleições na Bolívia, que, segundo a fonte, precisa ser "livre e justa".
Antes de sua renúncia, Morales havia anunciado a convocação de novas eleições presidenciais e a renovação total do Tribunal Eleitoral depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou irregularidades nas eleições de 20 de outubro.
Após esse anúncio, os EUA exigiram que todos os funcionários do governo e dirigentes dos partidos políticos envolvidos nessas supostas irregularidades deixem o pleito para restaurar a credibilidade do processo eleitoral.
Vários países do continente americano, como o México, exigiram a convocação urgente de uma reunião na OEA, que até agora não se pronunciou sobre a renúncia de Morales após sua denúncia de irregularidades.
O México, que neste domingo ofereceu asilo político a Morales e que recebeu vários funcionários do alto escalão da Bolívia em sua sede diplomática, em La Paz, também declarou que o líder indígena não respondeu à sua proposta.
Morales, cujo paradeiro exato é desconhecido, denunciou no domingo um mandado de prisão contra si que teria sido anunciado por líderes opositores. Entretanto, a polícia negou ter expedido qualquer documento nesse sentido.