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EUA dizem que pena de morte a Irmandade seria inconcebível

Governo americano ampliou suas críticas aos julgamentos em massa de membros da Irmandade Muçulmana no Egito


	Protesto da Irmandade Muçulmana no Egito: tribunal egípcio condenou a morte 529 membros do proscrito grupo islâmico
 (Reuters)

Protesto da Irmandade Muçulmana no Egito: tribunal egípcio condenou a morte 529 membros do proscrito grupo islâmico (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 19h08.

Washington - O governo dos Estados Unidos ampliou nesta terça-feira suas críticas aos julgamentos em massa de membros da Irmandade Muçulmana no Egito e disse ser "inconcebível" que as autoridades egípcias ponham em prática as sentenças de morte dadas a 529 membros do proscrito grupo islâmico.

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Marie Harf, disse que o modo como o Egito procede em relação aos julgamentos e sentenças de morte terá reflexos no futuro da ajuda dos EUA ao país.

Em 12 de março, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que iria decidir "nos próximos dias" sobre a retomada da ajuda do país ao Egito, suspensa no ano passado após a destituição do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, e da repressão contra os manifestantes pró-Mursi.

As sentenças de morte proferidas na segunda-feira por um tribunal egípcio e o início nesta terça-feira de outro julgamento em massa do líder da Irmandade Muçulmana e outras 682 pessoas "representam um flagrante desrespeito às normas básicas de justiça", disse Marie.

"A imposição da pena de morte a 529 réus, após um sucinto procedimento de dois dias, não pode ser conciliada com as obrigações do Egito para com a lei internacional de direitos humanos, e sua implementação dessas sentenças... seria inconcebível", declarou Marie em uma reunião com a imprensa.

O Egito é um dos maiores receptores de ajuda militar e econômica dos EUA há décadas, após a assinatura, em 1979, de um tratado de paz com Israel, aliado dos norte-americanos. Em consequência, Israel concordou em se retirar da Península do Sinai, que havia tomado do Egito em 1967.

"Estamos avaliando se essa ajuda vai continuar suspensa, se mais (ajuda) será suspensa, se haverá recuo em alguma. Basta dizer que coisas como essas (ações), ultrajantes, chocantes, inconcebíveis que o governo egípcio está adotando terão, naturalmente, impacto nessa decisão", disse Marie.

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