Mundo

EUA deixam acordo da ONU sobre proteção de migrantes e refugiados

País aderiu ao pacto em 2016, sob o mandato de Barack Obama, que assinou a Declaração de Nova York sobre migração

Nikki Haley: "nossas decisões em política migratória devem ser tomadas sempre por americanos, e somente pelos americanos" (Foto/Getty Images)

Nikki Haley: "nossas decisões em política migratória devem ser tomadas sempre por americanos, e somente pelos americanos" (Foto/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 06h55.

Washington - A representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley, anunciou que seu país decidiu se retirar do Pacto Mundial da ONU sobre a proteção de migrantes e refugiados por considerar que as decisões sobre política migratória no país devem estar "somente" nas mãos dos americanos.

"Os Estados Unidos estão orgulhosos de sua herança migratória e de nossa liderança moral consistente ao oferecer apoio aos migrantes e aos refugiados no mundo todo (...). No entanto, as nossas decisões em política migratória devem ser tomadas sempre por americanos, e somente pelos americanos", afirmou Haley no Twitter.

Os Estados Unidos aderiram ao pacto em 2016, sob o mandato de Barack Obama, que assinou a Declaração de Nova York sobre migração.

No entanto, o atual presidente Donald Trump considera que "vários pontos" deste documento "são contrários" às políticas sobre migração e refugiados, afirmou a missão americana na ONU em comunicado.

Por este motivo, o presidente Trump "decidiu" retirar o país de um acordo com o qual se pretendia alcançar um consenso unânime na organização internacional no próximo ano.

O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, apoiou hoje a medida anunciada pela delegação americana na ONU ao assinalar que a primeira obrigação de um Estado soberano é "garantir uma migração segura, ordenada e legal".

"Simplesmente não podemos apoiar de boa fé um processo que solapa o direito de soberania dos Estados Unidos para reforçarmos nossas leis migratórias e garantirmos a segurança de nossas fronteiras", explicou Tillerson através de um comunicado oficial.

O controle fronteiriço é um dos pontos principais na agenda do atual presidente desde a campanha eleitoral. Um exemplo disto é que, desde que assumiu o cargo, Trump já tentou implementar um veto migratório em três ocasiões, a primeira em 27 de janeiro.

Depois de um grande caos nos aeroportos e várias derrotas nos tribunais, Trump proclamou em março sua segunda iniciativa contra refugiados e países de maioria muçulmana, que entrou em vigor em março e que foi substituída por um terceiro veto, proclamado em setembro, que restringe a entrada de cidadãos da Coreia do Norte e de funcionários da Venezuela.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)ImigraçãoONU

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo