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EUA criticam Rússia na ONU e alertam sobre violação da soberania ucraniana

O embaixador da Ucrânia na ONU fez um chamado para que a comunidade internacional "implemente um novo conjunto de sanções"

ONU: vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas acusou a Ucrânia de planejar o incidente e sugeriu que isso havia ocorrido porque a popularidade do presidente Petro Poroshenko estava baixa (Eduardo Munoz/Reuters)

ONU: vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas acusou a Ucrânia de planejar o incidente e sugeriu que isso havia ocorrido porque a popularidade do presidente Petro Poroshenko estava baixa (Eduardo Munoz/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 18h43.

Michelle Nichols, a embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, alertou a Rússia nesta segunda-feira, 26, que a apreensão de três embarcações da Ucrânia havia sido, segundo ela, uma "violação ultrajante do território soberano ucraniano" e exigiu que Moscou reduzisse as tensões causadas pelo ato "arrogante".

Nikki Haley disse que havia falado com o presidente dos EUA, Donald Trump, e com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, nesta segunda e que as declarações dela "refletem as preocupações no mais alto escalão". "Como o presidente Trump disse muitas vezes, os Estados Unidos acolheriam uma relação normal com a Rússia. Mas ações ilegais como essa continuam a fazer disso impossível", afirmou ela.

A Rússia apreendeu duas pequenas embarcações de artilharia e um barco rebocador ucranianos, que, de acordo com Moscou, teriam entrado ilegalmente em águas russas. Kiev afirmou que as embarcações não fizeram nada de errado e acusou a Rússia de agressão militar. "Os Estados Unidos vão manter as sanções contra a Rússia relacionadas à Crimeia. Atos desse tipo que agravam ainda mais a situação só irão tornar as coisas piores. Vão minar ainda mais a posição da Rússia no mundo. Vai abalar ainda a mais as relações da Rússia com os EUA e com muitos outros países", afirmou a embaixadora.

O embaixador da Ucrânia na ONU, Volodymyr Yelchenko, fez um chamado para que a comunidade internacional "implemente um novo conjunto de sanções com o objetivo de lidar com a situação na região".

Ele afirmou que mais pressão política sobre Moscou ajudaria a melhorar a situação, mas também alertou que a Ucrânia estaria "pronta para usar todos os meios disponíveis no exercício dos direitos de autodefesa".

Dmitry Polyankiy, vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas, acusou a Ucrânia de planejar o incidente e sugeriu que isso havia ocorrido porque a popularidade do presidente Petro Poroshenko estava baixa, e há eleições marcadas para o ano que vem. "Como ele pode manter o poder nessas circunstâncias? É claro, organize uma provocação e mais uma vez acuse a Rússia por tudo, aumente os seus índices e se coloque como o salvador do país", disse Polyanskiy. "Isso é para cancelar as eleições apesar de todas as garantias de Poroshenko sobre o contrário", afirmou ele, alertando que a Rússia "nunca dá o primeiro golpe, mas sabe como se defender".

Yelchenko rejeitou os comentários de Polyanskiy. Ele disse ao conselho que o incidente era uma "clara ameaça a paz e segurança internacionais".

Rosemary DiCarlo, chefe de assuntos políticos da ONU, disse ao Conselho de Segurança, que as Nações Unidas não puderam verificar de forma independente o que havia acontecido. "Nós enfaticamente pedimos que tanto a Rússia quanto a Ucrânia evitem intensificar ações e retórica e lembramos os dois da necessidade de conter esse incidente para prevenir um agravamento sério", disse ela.

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