EUA ameaçam empresas turcas que negociam com Irã
Delegação do governo americano está no país para garantir que sanções da ONU sejam aplicadas
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2010 às 11h37.
Ancara - O Governo americano enviou uma delegação de alto nível a Ancara para advertir que Washington tomaria medidas contra as empresas turcas, principalmente do setor energético e bancário, que comercializam com o Irã, o que viola as sanções impostas pela ONU, informa hoje o jornal turco "Cumhuriyet".
Em matéria de capa hoje, o diário turco destaca, com base em fontes americanas, que a delegação enviada por Washington, integrada por funcionários da secretaria de Estado e do Tesouro americano, manteve reuniões com representantes do Governo turco durante três dias nesta semana.
Segundo o jornal, os enviados americanos fizeram advertências às companhias energéticas Tüpras e TPOA, que negociam com o Irã, bem como aos bancos públicos e privados da Turquia, que correm o risco de entrarem na lista negra dos Estados Unidos.
A ameaça se tornaria realidade caso essas companhias continuem comercializando com as empresas iranianas incluídas no bloqueio imposto pelas sanções - do Conselho de Segurança da ONU -, adotadas contra Teerã por seu polêmico programa nuclear.
A parte turca, por sua vez, teria destacado nessas conversas as dificuldades que representam para a Turquia as sanções ao país vizinho, dada a importante fronteira que compartilham. Além da ONU, Estados Unidos e União Europeia (UE) também impuseram suas próprias sanções ao Irã.
"Explicamos a situação ao Governo turco e aos bancos. Como não é membro da UE, a Turquia não é obrigada a cumprir este modelo. Mas Ancara declarou que cumpriria as sanções da ONU. O custo de fazer negócios com o Irã pode significar a perda de muitos outros lucros", declaram as fontes norte-americanas ao jornal.
Diante da recusa do Irã de suspender o enriquecimento de urânio, o Conselho de Segurança da ONU reforçou recentemente as sanções ao regime de Teerã pelas suspeitas de que o programa nuclear tenha fins bélicos. No entanto, a República Islâmica alega ter fins exclusivamente pacíficos.
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