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EUA advertem para possíveis mudanças na migração em Cuba

"Certamente, ainda que sem vistos de saída, a maioria dos países da região deve exigir vistos de entrada", acrescentou

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 18h26.

Washington - O governo dos Estados Unidos viu com bons olhos a reforma migratória anunciada em Cuba nesta terça-feira, mas advertiu que ela pode ocasionar "mudanças" no fluxo migratório da ilha e pediu que os cubanos "não arrisquem suas vidas" no mar.

"Estamos vendo a possibilidade de que o fim da exigência do visto de saída de Cuba possa causar uma mudança nos padrões migratórios de Cuba. Lembramos as pessoas que não arrisquem suas vidas ao empreender viagens perigosas pelo mar", disse à Agência Efe William Ostick, porta-voz para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.

"Certamente, ainda que sem vistos de saída, a maioria dos países da região deve exigir vistos de entrada", acrescentou.

Assim, os EUA manterão "inalterados" os requisitos de vistos e os cidadãos cubanos ainda precisarão de uma autorização válida para entrar no país, explicou o porta-voz.

Segundo Ostick, o governo dos EUA "dá as boas-vindas a qualquer reforma que permita que os cubanos saiam de seu país e retornem livremente", tal como estabelece a Declaração Universal de Direitos Humanos.

"Analisaremos esta iniciativa assim que os detalhes estiverem disponíveis", disse Ostick ao falar das medidas que vão entrar em vigor a partir de 14 de janeiro, que inclui o fim da chamada permissão de saída do país.

"Da mesma forma que o povo cubano, esperamos mais informações sobre como serão aplicadas as mudanças nos regulamentos de viagem. Por exemplo, parece que quem tem passaporte, mas não tem permissão de saída, terá que revalidar seu passaporte antes de viajar", afirmou.

"Sabemos que o governo cubano também planeja manter algumas medidas para preservar o que chama de "capital humano criado pela Revolução", sem importar qualquer mudança geral nos requisitos para permissão de saída", continuou Ostick.

O porta-voz se refere à decisão do governo cubano de manter um tratamento especial para as viagens ao exterior de quadros diretores, profissionais de saúde e educação e atletas que sejam "vitais" para o país. Estes necessitarão de uma autorização específica.

Por outra parte, Ostick disse que a administração do presidente Barack Obama continua "comprometida com os acordos de imigração que ambos os países apoiam e na promoção de uma imigração segura, legal e ordenada".

A reforma migratória era uma das mais esperadas pelos cubanos, que durante anos foram afetados por regulações restritivas e processos demorados e custosos para poderem viajar ao exterior. 

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