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ETA anuncia cessar-fogo permanente e internacionalmente verificável

Nota, divulgada pela organização terrorista, afirma que "processo democrático" para o final da violência deve resolver o "núcleo do conflito"

Integrantes do ETA leem o comunicado: organização afirma que trocou as armas pela democracia (REPRODUÇÃO/GARA)

Integrantes do ETA leem o comunicado: organização afirma que trocou as armas pela democracia (REPRODUÇÃO/GARA)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 10h19.

Bilbao - A organização terrorista ETA anunciou nesta segunda-feira "um cessar-fogo permanente e de caráter geral, que pode ser verificado pela comunidade internacional".

Em comunicado, acompanhado de um vídeo lido por três encapuzados, divulgado na edição digital do jornal basco "Gara", o grupo armado afirma que o cessar-fogo é o "compromisso firme da ETA com um processo de solução definitivo e com o final do confronto armado".

A nota, datada de 8 de janeiro, assinala que o "processo democrático" para o final da violência deve resolver o "núcleo do conflito", que o grupo terrorista situa na questão da "territorialidade e no direito de autodeterminação".

A organização afirma que "concorda" com as declarações de Bruxelas, formuladas por um grupo de mediadores internacionais, e de Guernica, assinadas por vários partidos bascos, nas quais era reivindicado um cessar-fogo unilateral, permanente e verificável internacionalmente.

A ETA diz ainda que a solução "chegará através de um processo democrático que tenha a vontade do povo basco como máxima referência e o diálogo e o direito de autodeterminação, que são o núcleo do conflito político".

No vídeo aparecem três "etarras" encapuzados e vestidos de marrom, com luvas e boina pretas.

Com dois minutos e 20 segundos de duração, o vídeo tem duas versões, uma em espanhol - lida por um homem - e outra em euskera (língua basca), lida por uma mulher, e seu conteúdo coincide com o texto publicado no site do jornal "Gara" nesta segunda-feira.

No comunicado, a organização terrorista faz um "apelo" às autoridades espanholas e francesas para que abandonem "para sempre as medidas repressivas e a negação do Euskal Herria (País Basco)".

"A ETA não retrocederá em seu esforço e luta por impulsionar e levar a termo o processo democrático, até alcançar uma verdadeira situação democrática em Euskal Herria", acrescenta o comunicado.

Segundo o grupo, compete aos "agentes políticos e sociais bascos" chegar a acordos sobre a "formulação do reconhecimento de Euskal Herria e seu direito a decidir", assim como assegurar que se possam defender todos os projetos políticos, "incluindo a independência".

O comunicado acrescenta que "todas as partes" devem "se comprometer" a respeitar as decisões adotadas pelos cidadãos bascos, "sem nenhum tipo de ingerência nem limitação", e estabelecer as "garantias e mecanismos necessários para sua implementação".

Este comunicado é o oitavo pronunciamento feito pelo grupo terrorista no último ano e a 12ª proclamação da cessação da violência realizada pelo grupo armado.

Em suas cinco décadas de atividade, a ETA assassinou quase 900 pessoas em sua busca pela independência do País Basco.

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