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Estudo associa poluição do ar a 135 milhões de mortes prematuras entre 1980 e 2020

Pesquisa da Universidade de Singapura aponta que partículas inaladas são pequenas o suficiente para chegar na corrente sanguínea

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 10 de junho de 2024 às 11h35.

A poluição atmosférica, provocada pelo ser humano e outras fontes como os incêndios florestais, está associada a cerca de 135 milhões de mortes prematuras no mundo entre 1980 e 2020, segundo um estudo de uma universidade de Singapura publicada nesta segunda-feira, 10.

Fenômenos meteorológicos como El Niño e o Dipolo do Oceano Índico(DOI) --outro fenômeno climático natural resultante de uma diferença de temperaturas na superfície do mar-- agravaram os efeitos dos poluentes ao aumentar sua concentração no ar, explicou a Universidade Tecnológica de Nanyang de Singapura (NTU, por sua sigla em inglês).

O problema das partículas finas "foi associado a cerca de 135 milhões de mortes prematuras no mundo" entre 1980 e 2020, afirmou a universidade em um comunicado sobre o estudo, publicado pelo jornal Environment International.

As partículas finas em suspensão PM 2,5 (com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros) são prejudiciais à saúde se inaladas, pois são pequenas o suficiente para atingir o sistema sanguíneo. 
Estas partículas provêm de veículos e emissões industriais, além de fontes naturais, como incêndios ou tempestades de poeira.

O estudo constatou que estas pessoas morreram mais jovens, antes de atingir a expectativa média de vida, por doenças que poderiam ter sido tratadas ou prevenidas, como acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas e pulmonares e cânceres.

Fenômenos meteorológicos contribuíram para aumentar as mortes em 14%, segundo o estudo. 

A Ásia concentra o "maior número de mortes prematuras atribuíveis à poluição por PM 2,5", com mais de 98 milhões de mortes, principalmente na China e na Índia, diz a universidade.
Paquistão, Bangladesh, Indonésia e Japão apresentam também um grande número de mortes prematuras, entre dois e cinco milhões de pessoas.

Trata-se de um dos estudos mais completos sobre a qualidade do ar e do clima, baseando-se em 40 anos de dados para uma visão conjunta dos efeitos das partículas finas na saúde.

"Nossas descobertas mostram que as mudanças nos padrões do clima podem piorar a poluição do ar", indicou Steve Yim, professor da escola asiática de meio ambiente da NTU, que coordenou o estudo.

"Quando ocorrem alguns acontecimentos climáticos como El Niño, os níveis de contaminação podem aumentar, o que significa que mais pessoas podem morrer prematuramente devido as PM 2,5", afirmou Yim.

Pesquisadores de universidades de Hong Kong, Reino Unido e China participaram no estudo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os "efeitos combinados da contaminação do ar no ambiente e interior das casas" estão associados a 6,7 milhões de mortes prematuras a cada ano no mundo.

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