Exame Logo

Estudo mostra que oceanos apresentam sintomas de extinção em massa

Entre os sinais vermelhos estão o aquecimento das águas e sua acidificação, condições presentes em fases anteriores de extinções em massa sofridas pela Terra

Em meio bilhão de anos, cinco extinções em massa foram registradas após calamidades naturais, durante as quais mais de 50% das espécies existentes desapareceram. (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2011 às 09h58.

Paris - Submetidos a uma série de pressões, do aquecimento à pesca predatória, os oceanos apresentam sintomas preocupantes, presentes nas fases anteriores de extinções em massa sofridas pela Terra, advertiu um painel de especialistas em relatório apresentado nesta segunda-feira.

Depois de analisar os efeitos acumulados de todas essas pressões, 27 especialistas de seis países exibiram um quadro preocupante. As conclusões foram tiradas depois de uma reunião realizada em abril na Universidade de Oxford, cujo relatório é a síntese dos trabalhos. "Os resultados são chocantes", resume Alex Rogers, diretor científico do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (Ipso) que organizou o seminário junto com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e a Comissão Mundial das Áreas Protegidas (CMAP).

"Considerando-se o efeito cumulativo que a humanidade causou aos oceanos, chegamos à conclusão de que as consequências são bem mais graves do que cada um de nós acreditava", acrescentou. Esse painel científico concluiu que "a combinação das pressões exercidas criou condições que são encontradas em cada uma das extinções em massa de espécies da Terra anteriores".

Durante meio bilhão de anos, cinco extinções em massa foram registradas após calamidades naturais, durante as quais mais de 50% das espécies existentes desapareceram. Entre os sinais vermelhos estão o aquecimento dos oceanos e sua acidificação que causa a hipóxia (baixos níveis de oxigênio). "Eles constituem três fatores que são encontrados em cada uma das extinções em massa da história da Terra", indicaram os especialistas.

O painel ressalta que os níveis de carbono absorvidos pelos oceanos "já são bem mais elevados hoje do que na época da última extinção em massa das espécies marinhas, há cerca de 55 milhões de anos, quando mais de 50% de alguns grupos de animais de águas profundas foram exterminados". Os "oceanos do mundo inteiro correm o grande risco de entrar em uma fase de extinção das espécies marinhas", alertam. Globalmente, o relatório considera que "a velocidade e a taxa de degradação dos oceanos são bem mais rápidas do que tudo o que havia sido previsto".

Eles estão preocupados com a pesca predatória, que "causou uma redução de alguns recursos haliêuticos comerciais em mais de 90%", ou ainda o fluxo de nutrientes agrícolas "que já causou um declínio espetacular do estado dos oceanos". "Novas pesquisas sugerem que os poluentes, entre eles os retardadores de chamas químicas e os perfumes sintéticos encontrados nos detergentes, podem ser observados até nos mares polares", e até nos peixes, alertam.

O oceano é "o maior ecossistema da Terra, que mantém nosso mundo em condições suportáveis" para a vida, lembram os especialistas, que pedem "insistentemente a adoção urgente de um melhor sistema de administração do alto mar, ainda pouco protegido, mas que representa a maior parte dos oceanos do mundo inteiro".

Veja também

Paris - Submetidos a uma série de pressões, do aquecimento à pesca predatória, os oceanos apresentam sintomas preocupantes, presentes nas fases anteriores de extinções em massa sofridas pela Terra, advertiu um painel de especialistas em relatório apresentado nesta segunda-feira.

Depois de analisar os efeitos acumulados de todas essas pressões, 27 especialistas de seis países exibiram um quadro preocupante. As conclusões foram tiradas depois de uma reunião realizada em abril na Universidade de Oxford, cujo relatório é a síntese dos trabalhos. "Os resultados são chocantes", resume Alex Rogers, diretor científico do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (Ipso) que organizou o seminário junto com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e a Comissão Mundial das Áreas Protegidas (CMAP).

"Considerando-se o efeito cumulativo que a humanidade causou aos oceanos, chegamos à conclusão de que as consequências são bem mais graves do que cada um de nós acreditava", acrescentou. Esse painel científico concluiu que "a combinação das pressões exercidas criou condições que são encontradas em cada uma das extinções em massa de espécies da Terra anteriores".

Durante meio bilhão de anos, cinco extinções em massa foram registradas após calamidades naturais, durante as quais mais de 50% das espécies existentes desapareceram. Entre os sinais vermelhos estão o aquecimento dos oceanos e sua acidificação que causa a hipóxia (baixos níveis de oxigênio). "Eles constituem três fatores que são encontrados em cada uma das extinções em massa da história da Terra", indicaram os especialistas.

O painel ressalta que os níveis de carbono absorvidos pelos oceanos "já são bem mais elevados hoje do que na época da última extinção em massa das espécies marinhas, há cerca de 55 milhões de anos, quando mais de 50% de alguns grupos de animais de águas profundas foram exterminados". Os "oceanos do mundo inteiro correm o grande risco de entrar em uma fase de extinção das espécies marinhas", alertam. Globalmente, o relatório considera que "a velocidade e a taxa de degradação dos oceanos são bem mais rápidas do que tudo o que havia sido previsto".

Eles estão preocupados com a pesca predatória, que "causou uma redução de alguns recursos haliêuticos comerciais em mais de 90%", ou ainda o fluxo de nutrientes agrícolas "que já causou um declínio espetacular do estado dos oceanos". "Novas pesquisas sugerem que os poluentes, entre eles os retardadores de chamas químicas e os perfumes sintéticos encontrados nos detergentes, podem ser observados até nos mares polares", e até nos peixes, alertam.

O oceano é "o maior ecossistema da Terra, que mantém nosso mundo em condições suportáveis" para a vida, lembram os especialistas, que pedem "insistentemente a adoção urgente de um melhor sistema de administração do alto mar, ainda pouco protegido, mas que representa a maior parte dos oceanos do mundo inteiro".

Acompanhe tudo sobre:Aquecimento globalClimaMeio ambienteOceanosPoluição

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame