Mundo

Estudo do ar de Fukushima confirma altos níveis de radiação

A Agência Japonesa da Energia Atômica conseguiu realizar a primeira medição da área mais próxima à central


	Inspetores na Usina de Fukushima: em 60% da área foram detectados níveis de 1 millisievert por ano (a quantidade máxima recomendada) e inclusive mais
 (Pool/Reuters)

Inspetores na Usina de Fukushima: em 60% da área foram detectados níveis de 1 millisievert por ano (a quantidade máxima recomendada) e inclusive mais (Pool/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2013 às 06h30.

Tóquio - A Agência Japonesa da Energia Atômica (JAEA) completou o primeiro estudo detalhado de contaminação do ar nos arredores da usina nuclear de Fukushima e confirmou altos níveis de radiação, informou nesta terça-feira o jornal 'Asahi'.

O órgão público, encarregado da promoção e pesquisa da energia nuclear, conseguiu realizar uma medição da área mais próxima à central, em um raio de três quilômetros em torno da usina, através do o uso de um helicóptero com controle remoto.

Até agora não era possível analisar a radiação aérea neste setor devido à proximidade dos reatores danificados pelo tsunami de 11 de março 2011.

Graças ao helicóptero não tripulado, que realizou as medições no final do ano passado, a JAEA detectou mais de 19 microsieverts por hora a um metro acima o solo nas áreas imediatamente ao sul e ao oeste da usina, segundo os dados recém divulgados.

Apesar de as leituras terem sido menores (entre 9,5 e 19 microsieverts por hora) na direção noroeste, a instituição destacou que, mesmo assim, os níveis também estão relativamente altos.

A JAEA também divulgou a radiação medida em dezembro de 2012 em 10 mil pontos diferentes dentro de uma área de 80 quilômetros ao redor da central, situada a cerca de 220 quilômetros de Tóquio.


O resultado mostra que o volume nessa área caiu 36% em relação aos dados obtidos pela primeira vez na instituição em junho de 2011, três meses depois do acidente nuclear.

A JAEA explicou que essa queda se deve principalmente devido à diminuição dos níveis de césio-134, isótopo que tem uma vida média de dois anos e que, além disso, foi 'varrido' pelas sucessivas chuvas.

No entanto, em 60% da área foram detectados níveis de 1 millisievert por ano (a quantidade máxima recomendada pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica) e inclusive mais.

Em qualquer caso, o volume em casas e edifícios e em vias que atravessam zonas de floresta (onde os materiais radioativos tendem a se acumular) caíram em relação a junho de 2011 em 35% e em 44%, respectivamente, graças aos trabalhos de descontaminação.

O desastre na central de Fukushima forçou o deslocamento de 52 mil pessoas que viviam em torno da usina e afetou a pesca, a agricultura e a pecuária local. 

Acompanhe tudo sobre:acidentes-nuclearesÁsiaFukushimaJapãoPaíses ricosUsinas nucleares

Mais de Mundo

Trump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia