Ouriço do Mar: é uma solução efetiva e barata que poderia estar disponível em nível mundial para algumas de nossas indústrias mais poluentes, disse cientista (Janek Pfeifer/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 11h23.
Redação Central - Um estudo com ouriços do mar permitiu que uma equipe de cientistas britânicos desenhassem um método capaz de revolucionar os esforços para reduzir o dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, principal causador da mudança climática.
Os especialistas da Universidade de Newcastle (Reino Unido) descobriram que os ouriços do mar utilizam níquel para aproveitar o CO2 do mar e fabricar suas carapaças caucárias, segundo afirmam em um estudo publicado nesta terça-feira pela revista Catalysis Science & Technology.
A física Lidija Siller afirmou que o achado foi "totalmente por acaso" e levou a acrescentar pequenas partículas de níquel a uma solução de água com CO2 e viram como o dióxico de carbono desaparecia completamente.
Na presença de um catalisador de níquel, o CO2 se transforma em carbureto de cálcio ou de magnésio, um mineral inócuo presente na crosta terrestre e que é utilizado no setor da construção para fabricar cimento e outros materiais, além de ser usado em hospitais para fazer gesso, segundo o estudo.
O carbureto de cálcio é o principal componente do giz.
O método idealizado pelos especialistas britânicos consiste em fazer com que o CO2 liberado para atmosfera pelas indústrias passe diretamente da chaminé da fábrica a uma coluna de água rica em nanopartículas de níquel e que, posteriormente, recuperam o carbureto de cálcio sólido que seria depositado no fundo.
"Este processo não funcionaria em todos os casos já que não poderia se adaptar ao tubo de escape de um automóvel, mas é uma solução efetiva e barata que poderia estar disponível em nível mundial para algumas de nossas indústrias mais poluentes e ter um impacto significativo na redução do CO2 na atmosfera", segundo Siller.
Na atualidade, as propostas para se desfazer do CO2 consistem em capturá-lo e injetá-lo sob terra em formações rochosas, algo que pode ser perigoso caso sejam produzidos escapes.
A alternativa é transformar o CO2 em carbureto de cálcio ou de magnésio, o que já pode ser feito empregando uma enzima de anidrase carbônica, que é inativa em meios ácidos e efetiva durante pouco tempo, por isso que é um sistema mil vezes mais caro que o níquel, segundo o autor principal do estudo, o estudante de doutorado em engenharia química Gaurav Bhaduri.
"A beleza de um catalisador de níquel é que segue funcionando independentemente do ph e graças às propriedades magnéticas pode ser recuperado e utilizado várias vezes", além disso o produto derivado do carbureto é útil e inócuo para o meio ambiente, afirmou.