Por que estudantes da China temem o Gaokao, espécie de Enem aplicado nesta sexta
Exame será feito por 13,4 milhões de alunos do ensino médio
Agência de notícias
Publicado em 7 de junho de 2024 às 11h44.
Milhões de estudantes do Ensino Médio iniciaram nesta sexta-feira, 7, o temido "gaokao", o Exame Nacional Para o Ingresso no Ensino Superior, que marca o futuro dos jovens na China.
Com mais de 13,4 milhões de estudantes inscritos, segundo o Ministério da Educação, é muito provável que o número de participantes nas provas supere um recorde histórico este ano.
Reflexo da importância do exame, mães e pais acompanharam os filhos até os locais de prova na capital Pequim.
"Dizem que este é o início de uma vida. Então, você não pode relaxar", declarou Zhi Haihong, uma mãe de 50 anos, que usava um vestido tradicional vermelho, a cor da sorte na China.
O"gaokao" avalia os conhecimentos dos estudantes em várias disciplinas, como chinês, inglês, matemática, ciências e humanidades. Os resultados são essenciais para a admissão nas universidades.
De modo paralelo ao crescimento econômico, o Ensino Superior teve uma rápida expansão na China, assim como as expectativas dos pais a respeito das carreiras profissionais de seus filhos.
"Acho que é um processo necessário de crescimento", afirmou Zhi ao ser questionada sobre a pressões acadêmicas enfrentadas pelos jovens.
Para ela, o gaokao também é um "método para que o país selecionar pessoas talentosas". Ela acredita que, depois do processo, os jovens conseguirão "suportar as pressões no futuro, quando devem trabalhar na sociedade".
Mas o mercado de trabalho para os recém-formados não é mais tão dinâmico. A segunda maior economia do planeta não consegue concretizar a recuperação após a pandemia e o desemprego entre os jovens estava em níveis recorde no ano passado, quando as autoridades interromperam a divulgação desta estatística.
Em uma conversa com outros pais depois de levar a filha para a primeira prova, Sun Song, de 45 anos, tenta conter as expectativas.
"Será suficiente se ela conseguir encontrar um emprego que a agrade e se conseguir entrar em uma universidade de que goste”, disse Sun à AFP.
"Se ela for uma jovem feliz, isto é o suficiente".