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Território do Estado Islâmico na Síria e Iraque encolheu 16%

Enquanto o exército iraquiano se prepara para recapturar Mosul, extremistas perdem porções importantes para garantir o fluxo de combatentes estrangeiros

Estado Islâmico em Mosul: Iraque prepara ofensiva para recapturar sua segunda maior cidade, que está nas mãos dos extremistas desde 2014 (foto/Reuters)

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de outubro de 2016 às 12h40.

São Paulo – O território controlado pelo grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e Iraque se reduziu 16% nos primeiros nove meses de 2016. É o que mostra um estudo conduzido pela consultoria de segurança IHS divulgado neste final de semana.

Segundo a análise, em 2015, a área de domínio do grupo encolheu de 90.800 km² para 78.000 km². Em 2016, o EI perdeu ainda mais territórios e agora controla uma área de cerca de 65.000 km² no Iraque e na Síria. Em julho, as dimensões desse controle estavam em 68.000 km².

“As perdas territoriais do Estado Islâmico desde julho são modestas em sua escala, porém significativas”, considerou Columb Strack, analista sênior da consultoria e diretor do IHS Conflict Monitor. Tais áreas eram essenciais para o acesso às rotas de contrabando na Turquia, por meio das quais circulava o fluxo de combatentes estrangeiros.

Em um momento em que o exército do Iraque se prepara para uma grande ofensiva em Mosul, segunda maior cidade do país e sob controle dos extremistas desde 2014, as dificuldades em se recrutar novos combatentes e leva-los até a Síria e o Iraque deve trazer problemas para o EI.

A expectativa é que a batalha por Mosul seja decisiva. Se para os extremistas, conseguir se manter no controle nesta região é fundamental para garantir a sua influência do seu autoproclamado califado, para o exército é a chance de reverter a derrota vergonhosa sofrida há dois anos, quando soldados abandonaram os seus postos, entregando a cidade ao EI.

Agora, no entanto, os iraquianos ganharam reforços importantes. Os Estados Unidos disponibilizaram 600 homens para o treinamento e orientação dos soldados para a ofensiva. Além disso, contam ainda com o apoio da coalizão liderada pelos EUA, dos combatentes curdos e das milícias populares, duas das maiores forças no combate ao Estado Islâmico.

São Paulo – Guerras, governos à beira do colapso, pobreza . Em muitos países do mundo, é essa a realidade de milhares de pessoas. Tais instabilidades, no entanto, muitas vezes transbordam fronteiras e podem impactar com severidade toda uma região. A crise de refugiados global, que decorre de uma mistura de fatores que vão desde a guerra na Síria, passando pela pobreza e ameaças terroristas na África, é uma delas. Com o objetivo de observar quais são os países que hoje enfrentam as situações mais instáveis e quais fatores contribuem para esse cenário, a The Fund for Peace, organização de pesquisa dedicada ao estudo de conflitos violentos e da segurança, desenvolveu o Fragile States Index. O índice, que está em sua 12ª edição, analisou 178 países em mais de 100 fatores. A partir das pontuações obtidas por cada um, foi possível então classifica-los de acordo com a sua fragilidade. Quanto maior é a nota recebida, mais grave é a situação de determinado local. EXAME.com compilou nesta matéria os 15 primeiros colocados no ranking dos mais frágeis, mostrando em uma tabela as suas pontuações gerais, bem como as obtidas em três indicadores principais. Veja abaixo:
IndicadorPontuação
GeralMostra a pontuação geral obtida por um país.
Pressões demográficasIncluiu a análise de informações como a incidência de desastres naturais, o estado do meio ambiente, a mortalidade e desnutrição.
Pobreza e declínio econômicoFoi calculado a partir da avaliação de aspectos econômicos que envolvem desde o PIB per capita, inflação e desemprego.
Direitos humanos e as leisLeva em conta os graus de liberdade de imprensa e civis do local, assim como o respeito pelos direitos humanos e as leis.
Neste ano, o ranking de países mais frágeis trouxe algumas novidades que sinalizam melhoras, ainda que tímidas, para alguns deles. Isso não significa, no entanto, que as instabilidades tenham sido finalmente controladas. Um exemplo é a situação Sudão do Sul, que há dois anos reinava soberano no posto de mais frágil. Em 2016, o país mais jovem do mundo passou para a 2ª colocação. O país vive em tensão desde a sua independência do Sudão em 2011 e a eclosão de uma guerra civil que ainda não está totalmente resolvida.  Desde o ano passado, vigora no Sudão do Sul um delicado cessar-fogo entre governo e rebeldes, mas os conflitos não terminaram por completo. Neste mês, entretanto, a missão pacificadora da ONU em atividade no Sudão do Sul ganhará reforços em seu efetivo, a fim de ajudar na estabilização do governo.  Veja nas imagens como está o ranking 2016 dos países mais frágeis, segundo o Fragile States Index.
  • 2. 1º. Somália

    2 /17(John Moore/Getty Images)

  • Veja também

    IndicadorPontuação
    Geral114.0
    Pressões demográficas9.7
    Pobreza e declínio econômico9.0
    Direitos humanos e as leis9.7
  • 3. 2º. Sudão do Sul

    3 /17(Anthony Nambwaya / Reuters)

  • IndicadorPontuação
    Geral113.8
    Pressões demográficas9.9
    Pobreza e declínio econômico9.3
    Direitos humanos e as leis9.7
  • 4. 3º. República Centro Africana

    4 /17(Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Geral112.1
    Pressões demográficas8.7
    Pobreza e declínio econômico8.6
    Direitos humanos e as leis9.9
  • 5. 4º. Iêmen

    5 /17(Anees Mahyoub / Reuters)

    IndicadorPontuação
    Geral111.5
    Pressões demográficas9.5
    Pobreza e declínio econômico9.4
    Direitos humanos e as leis9.4
  • 6. 4º. Sudão*

    6 /17(Reuters)

    IndicadorPontuação
    Geral111.5
    Pressões demográficas9.0
    Pobreza e declínio econômico8.7
    Direitos humanos e as leis9.3
    *País está empatado com o Iêmen na 4ª posição.
  • 7. 6º. Síria

    7 /17(REUTERS/Abdalrhman Ismail)

    IndicadorPontuação
    Geral110.8
    Pressões demográficas8.4
    Pobreza e declínio econômico7.8
    Direitos humanos e as leis9.8
  • 8. 7º. Chade

    8 /17(Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Geral110.1
    Pressões demográficas9.9
    Pobreza e declínio econômico8.0
    Direitos humanos e as leis9.3
  • 9. 8º. República Democrática do Congo

    9 /17(Luc Gnago/Reuters)

    IndicadorPontuação
    Geral110.0
    Pressões demográficas9.1
    Pobreza e declínio econômico8.1
    Direitos humanos e as leis10.0
  • 10. 9º. Afeganistão

    10 /17(Mohammad Ismail / Reuters)

    IndicadorPontuação
    Geral107.9
    Pressões demográficas9.5
    Pobreza e declínio econômico8.5
    Direitos humanos e as leis8.7
  • 11. 10º. Haiti

    11 /17(Spencer Platt/Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Geral105.1
    Pressões demográficas9.2
    Pobreza e declínio econômico8.9
    Direitos humanos e as leis7.7
  • 12. 11º. Iraque

    12 /17(Thaier Al-Sudani / Reuters)

    IndicadorPontuação
    Geral104.7
    Pressões demográficas8.1
    Pobreza e declínio econômico6.8
    Direitos humanos e as leis8.9
  • 13. 12º. Guiné

    13 /17(AFP)

    IndicadorPontuação
    Geral103.8
    Pressões demográficas8.9
    Pobreza e declínio econômico9.4
    Direitos humanos e as leis7.9
  • 14. 13º. Nigéria

    14 /17(Stringer/Reuters)

    IndicadorPontuação
    Geral103.5
    Pressões demográficas9.1
    Pobreza e declínio econômico7.7
    Direitos humanos e as leis9.1
  • 15. 14º. Paquistão

    15 /17(Arif Ali / AFP)

    IndicadorPontuação
    Geral101.7
    Pressões demográficas8.9
    Pobreza e declínio econômico7.4
    Direitos humanos e as leis8.2
  • 16. 15º. Burundi

    16 /17(Reuters)

    IndicadorPontuação
    Geral100.7
    Pressões demográficas9.5
    Pobreza e declínio econômico8.2
    Direitos humanos e as leis8.5
  • 17. Agora conheça os exércitos mais poderosos

    17 /17(U.S. Air Force/Staff Sgt. Jason T. Bailey/Flickr)

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