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Estado de emergência é ampliado por erupção no vulcão Agung

Atualmente, uma coluna de cinza de até 2 mil metros de altura é vista acima da cratera

Indonésia: chuvas de rochas vulcânicas foram registradas a 4 quilômetros da cratera após uma das erupções (Darren Whiteside/Reuters)

Indonésia: chuvas de rochas vulcânicas foram registradas a 4 quilômetros da cratera após uma das erupções (Darren Whiteside/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 13h12.

Karangasem (Indonésia) - O governador da ilha de Bali, na Indonésia, I Made Mangku Pastika, anunciou nesta quinta-feira a ampliação do estado de emergência para até 10 de dezembro por causa de uma possível erupção maior do vulcão Agung, que expulsa lava e cinza desde o sábado passado.

A decisão do governo foi confirmada pelo diretor de informação da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNBP), Sutopo Purwo Nugroho, que disse que a medida vai facilitar o acesso a recursos e materiais necessários.

"É necessário porque a gestão de desastres deve ser rápida e precisa", disse Nugroho em comunicado.

Nas redes sociais, ele indicou que o alerta de erupção do vulcão permanece o mais alto. Na segunda-feira ele subiu do nível 3 para o nível 4.

Atualmente, uma coluna de cinza de até 2 mil metros de altura é vista acima da cratera. Por conta disso, o Aeroporto Internacional de Lombok, na parte leste da ilha, precisou ser fechado nesta madrugada, mas o Aeroporto Internacional Ngurah Rai, no sul, está em atividade, de acordo com as autoridades.

Na última segunda, milhares de turistas ficaram presos em Bali depois do fechamento do Ngurah Rai, que voltou a operar ontem à tarde, graças a diminuição da atividade vulcânica. Mais de 100 mil passageiros foram afetados pelo cancelamento de quase 900 voos que deveriam sair ou chegar à ilha.

O Centro de Vulcanologia e Mitigação de Riscos Geológico (CVMPG) mantêm a zona de risco em um raio de 10 quilômetros ao redor da cratera e indica que a situação poderia mudar caso a erupção aumente ou a direção do vento mude.

Ontem foram registradas chuvas de rochas vulcânicas a 4 quilômetros da cratera após uma das erupções. Hoje foram sentidos quatro tremores vulcânicos profundos e oito superficiais.

O vulcão apresenta menos atividade hoje do que nos dias anteriores, mas "um ou dois" terremotos poderiam provocar uma erupção maior, segundo o chefe da Região Leste do CVMPG, Devy Kamil Syahbana.

As autoridades determinaram a saída de 100 mil pessoas que moram na área de risco e mais de 43 mil já se registraram em 229 refúgios de nove distritos da ilha, conforme números oficiais. Alguns habitantes, porém, se recusam a sair de casa por motivos espirituais ou financeiros.

Por enquanto, as necessidades básicas dos desabrigados estão cobertas e diferentes organismos nacionais e ONGs trabalham nos centros de recepção.

O vulcão fica na parte leste de Bali, no distrito Karangasem. A maioria das atrações turísticas fica distante dessa região e está aberta, mesmo assim o BNBP recomenda o uso de máscaras protetoras.

Esta é a primeira erupção do Agung desde 1963, quando as atividades duraram quase um ano e mataram mais de 1.100 pessoas. Bali é o principal destino turístico da Indonésia e recebe cerca de 5,4 milhões de visitantes estrangeiros por ano, segundo dados oficiais.

O arquipélago está localizado no Círculo de fogo do Pacífico, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica, sacudida por milhares de tremores por ano, a maioria de pouca magnitude.

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