Refugiados: apenas na terça-feira, 500 pessoas que pediram asilo cruzaram a fronteira pelo posto aduaneiro de Lacolle, no sul de Quebec (Christinne Muschi/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de agosto de 2017 às 11h10.
Dezenas de camas foram colocadas nesta quarta-feira no Estádio Olímpico de Montreal para receber refugiados haitianos que partiram dos Estados Unidos por medo de deportação.
Desde que Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, muitos refugiados têm chegado ao Canadá, mas na última semana este número disparou e é liderado por haitianos.
"É uma séria crise", disse Jean-Pierre Fortin, presidente do sindicato da Agência de Serviços Fronteiriços, acrescentando que "o sistema não foi desenhado para enfrentar um aumento desta magnitude no volume de imigrantes".
Apenas na terça-feira, "500 pessoas que pediram asilo cruzaram a fronteira" pelo posto aduaneiro de Lacolle, no sul de Quebec, e segundo Fortin 90% são haitianos.
Os refugiados temem a revogação do Estatuto de Proteção Temporária (TPS) que gozam nos Estados Unidos, o que tem provocado sua fuga para o Canadá.
O TPS, concedido para cerca de 60 mil haitianos após o terremoto de 2010, foi estendido na primavera (boreal) pela administração Trump por mais seis meses, para vencer no final do ano.
Quebec, e particularmente Montreal, abriga uma das maiores comunidades haitianas do mundo.
O primeiro ônibus chegou ao Estádio Olímpico ao meio-dia desta quarta-feira, com cerca de quarenta pessoas, incluindo várias crianças.
A cidade de Montreal anunciou nesta quarta-feira a criação de "lugares bem equipados e organizados para receber os que buscam asilo nos próximos meses e durante o período que necessitem para encontrar uma residência".