Mundo

Esta pode ser a 1ª mulher a comandar a ONU

"O impossível não é um fato, é uma atitude", diz Christiana Figueres, figura essencial na criação do primeiro acordo universal pelo clima durante a COP 21


	"O impossível não é um fato, é uma atitude", disse Figueres durante discurso de candidatura nesta quinta (07).
 (REUTERS/Juan Carlos Ulate)

"O impossível não é um fato, é uma atitude", disse Figueres durante discurso de candidatura nesta quinta (07). (REUTERS/Juan Carlos Ulate)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 7 de julho de 2016 às 16h18.

São Paulo - A Costa Rica nomeou Christiana Figueres para a secretaria-geral da ONU, o cargo máximo da entidade. Até recentemente, Christina esteve à frente da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que culminou na criação do primeiro acordo universal pelo clima, o Acordo de Paris, durante a COP 21, em dezembro passado.

Ela concorre com outros 12 indicados para substituir o sulcoreano Ban Ki-moon, que ocupa o cargo máximo da ONU desde 2007. Se eleita, Christina será a primeira mulher a comandar a entidade. Conforme definição da ONU, o secretário-geral é o "símbolo dos ideais das Nações Unidas e porta-voz dos interesses dos povos do mundo, principalmente dos mais pobres e vulneráveis".

A decisão sobre quem será o próximo secretário-geral da ONU será tomada até o final de 2016 pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sequência de uma recomendação do Conselho de Segurança da ONU.

"O impossível não é um fato, é uma atitude"

Ao fazer o anúncio nesta quinta-feira, o presidente da Costa Rica, Luis Guillermo Solís destacou que as "as Nações Unidas e o mundo precisam de um secretário-geral que seja um construtor de pontes, que possa ouvir e consultar, que possa ajudar a resolver disputas, construir acordos e antecipar problemas", e que "Christiana Figueres tem provado ser essa pessoa."

Em frente a um cartaz de sua campanha que diz "Plantar as sementes da esperança hoje para colher paz amanhã", Christiana Figueres anunciou sua Declaração de Visão para o cargo. 

"As Nações Unidas não podem fazer milagres, mas são indispensáveis. O nosso mundo, em rápida mudança, apresenta muitos desafios interligados, mas também os recursos e as capacidades não apenas para resolvê-los, mas para construir uma vida melhor e mais segura para todos no planeta."

Ela concluiu seu discurso com um convite: "O impossível não é um fato, é uma atitude. Essa é a minha convicção e minha experiência. É também o meu convite".

O documento, intitulado Restaurando A Esperança, estabelece as prioridades que sustentarão sua liderança das Nações Unidas.  Veja algumas citações selecionadas da Declaração de Visão de Christiana Figueres:

Colaboração

"... Precisamos de um novo modelo de diplomacia colaborativa. O ganho de alguns não pode vir às custas de outros. O Acordo de Paris nos ensinou a importância fundamental de respeitar as circunstâncias, necessidades e interesses nacionais. Mas também nos ensinou que podemos honrar as prioridades nacionais ao mesmo tempo em que encontramos maneiras de unir esforços para o bem comum, e focando na nossa humanidade em comum".

Integração

"Quando do seu nascimento no século passado, a força da ONU repousava sobre os três principais pilares da sua Carta: paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento. Neste século, a sua força deve ser construída sobre a integração destes três pilares - de tal forma que o sucesso de um promova o sucesso dos outros".

Solução pacífica de conflitos

"O secretário-geral deve ser incansável no sentido de incentivar os Estados a ver que assim como precisamos de leis para regular a vida dentro de um Estado, devemos dar primazia ao direito internacional nas relações entre os Estados."

Plantar hoje as sementes para alcançar a paz amanhã

"O arco da construção da paz também se estende ao longo dos objetivos transformacionais e inspiradores para a ação que a comunidade internacional concordou em 2015, já que ali encontram-se as sementes da paz no longo prazo e da redução de conflitos."

Forjar uma diplomacia colaborativa

"O Acordo climático de Paris não foi um acidente; foi o resultado de uma estratégia e de uma atitude. Foi o ápice de uma paciente reconstrução de seis anos de um sistema quebrado, que tinha perdido toda a confiança, em um que era capaz de entrar em uma espiral ascendente de compromisso e ambição".

Reforçar a ONU

"A mudança organizacional é difícil e ajustes podem ser desconfortáveis. Deve ser sempre conduzido de uma maneira que seja reconhecida, respeitosa e comprometida com o bem-estar contínuo de todos aqueles que se sacrificaram tanto para apoiar a ONU e sua missão".

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteONU

Mais de Mundo

Holanda multa Uber em 290 milhões de euros por transferir dados de motoristas

Coreia do Norte revela novos 'drones suicidas'

Terremoto de magnitude 5,4 atinge Portugal nesta segunda

Mais na Exame