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Esquerda deve manter Presidência do Uruguai no segundo turno

Esquerda governante é franca favorita para obter um terceiro mandato consecutivo e consolidar a receita de crescimento econômico combinado com avanço sociais

Tabaré Vázquez: pesquisas dão ao governista, médico oncologista que já governou o país, uma vantagem de cerca de 14 pontos (Andres Stapff/Reuters)

Tabaré Vázquez: pesquisas dão ao governista, médico oncologista que já governou o país, uma vantagem de cerca de 14 pontos (Andres Stapff/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2014 às 11h38.

Montevidéu - O Uruguai se prepara para definir seu próximo presidente na votação do segundo turno no domingo, um duelo no qual a esquerda governante é franca favorita para obter um terceiro mandato consecutivo e consolidar a receita de crescimento econômico combinado com avanço sociais que a tornou tão popular.

As pesquisas dão ao governista Tabaré Vázquez, médico oncologista que já governou o país, uma vantagem de cerca de 14 pontos sobre seu jovem adversário, o parlamentar conservador e fã de surfe Luis Lacalle Pou.

O candidato da esquerdista Frente Ampla está sendo favorecido pela estabilidade da economia –que na última década cresceu a uma taxa média de 5,7 por cento ao ano– e pela popularidade dos programas sociais que ele mesmo iniciou como presidente em 2005 e que seu sucessor, José Mujica, consolidou.

“Quero que a Frente vença para que este projeto de país se afirme de uma vez, porque está na cara que fez bem a todos os uruguaios, e não só aos pobres, como se diz por aí”, afirmou Silvana Tenco, uma estudante de 24 anos.

Embora seja mais moderado que Mujica, uma vitória de Vázquez, de 74 anos, tambem garantiria a continuidade de iniciativas progressistas como a descriminalização do aborto, o casamento gay e outra iniciativa que rendeu manchetes em todo mundo: a legalização da produção e venda de maconha.

Lacalle Pou, um advogado de 41 anos do Partido Nacional e filho de um ex-presidente, havia proposto anular parte desta última medida –rejeitada pela maioria dos uruguaios, segundo as pesquisas– só permitindo o cultivo em casa e em clubes de fumantes.

Mas nem uma proposta como esta nem seu discurso conciliador conseguiram convencer suficientes uruguaios no primeiro turno, e as pesquisas apontam que tampouco o fará na segunda etapa. Os especialistas acreditam que Lacalle Pou não soube apresentar um projeto alternativo ao da esquerda.

“Não creio que Lacalle possa ganhar, e é uma pena, porque ele pode solucionar os problemas do país”, opinou Carla Da Silva, uma aposentada de 68 anos que criticou a insegurança e o baixo nível do ensino no país.

Vázquez parece ter se beneficiado também da lembrança de seu primeiro governo. Quando concluiu seu mandato, em 2010, tinha uma aprovação de 70 por cento. Ele reduziu o desemprego com políticas econômicas favoráveis aos mercados, mas mantendo os programas sociais para os mais vulneráveis, que ajudaram a diminuir a pobreza em um terço, chegando aos 11 por cento atuais.

A ampla diferença prevista a favor do governismo, em parte também um produto do grande apoio que tem o ex-guerrilheiro Mujica, fez com que as campanhas eleitorais baixassem o tom.

No primeiro turno de 26 de outubro, Vázquez obteve mais votos que o esperado – 47,8 por cento diante dos 30,8 por cento de Lacalle. A Frente Ampla ainda conquistou a maioria dos assentos no Congresso.

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