Carlos e Carole Ghosn: a esposa disse que os promotores japoneses queriam "pressionar" o marido um dia antes de ele dar uma entrevista no Líbano (Issei Kato/Reuters)
Reuters
Publicado em 7 de janeiro de 2020 às 20h08.
Paris - A esposa do ex-chefe da Nissan, Carlos Ghosn, disse nesta terça-feira que um mandado de prisão japonês contra ela foi uma tentativa de vingança após a fuga de seu marido do Judiciário do Japão e descreveu o ato como insignificante.
"Os promotores japoneses estão buscando vingança", disse Carole Ghosn ao jornal Le Parisien numa entrevista em Beirute, onde seu marido chegou na semana passada depois de ter saído do Japão enquanto aguardava julgamento por má conduta financeira.
Carole Ghosn disse que os promotores japoneses queriam "pressionar" o marido um dia antes de ele dar uma entrevista no Líbano.
A Justiça japonesa emitiu um mandado de prisão contra Carole, suspeita de “falso testemunho” na investigação em curso contra seu marido. O anúncio deste mandado de prisão coincide com outro emitido contra o ex-titã da indústria automobilística emitido no início de janeiro, pela Interpol, dias depois de sua fuga para o Líbano.
Segundo um comunicado da Procuradoria de Tóquio, Carole Ghosn teria dado declarações falsas à Justiça japonesa em abril de 2019, ao ser questionada sobre suas reuniões com uma pessoa, cujo nome não foi revelado. A ação significa que Carole, que se encontra agora no Líbano com Ghosn, pode ser presa se retornar ao Japão.