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Esposa de Ai Weiwei pede fim de detenções secretas na China

O artista e dissidente chinês foi preso pelo governo durante 81 dias

O desaparecimento de Ai Weiwei durante quase três meses foi criticado por governos ocidentais e grupos de direitos humanos (David Gray/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2011 às 10h35.

Pequim - A esposa do artista e dissidente chinês Ai Weiwei, cuja detenção foi criticada pela comunidade internacional nos últimos meses, pediu nesta quarta-feira ao legislativo chinês que ignore um projeto de lei para legalizar detenções secretas como as sofridas por seu marido e centenas de ativistas este ano.

Estas detenções permitiriam prender suspeitos em lugares secretos durante meses, sem informar a seus familiares nem emitir ordens de detenção oficiais, como exige a atual legislação.

O projeto de lei "infringe a proteção mais básica dos direitos pessoais dos cidadãos chineses e é uma flagrante violação da Constituição", diz a mulher de Ai Weiwei, Lu Qing, em carta enviada nesta quarta-feira ao legislativo chinês e publicada no perfil de seu marido em uma rede social.

"Meu nome é Lu Qing, sou uma cidadã chinesa, de profissão pintora. Meu marido é Ai Weiwei, um artista, arquiteto e defensor da sociedade civil, um desenhista que no dia 3 de abril foi detido no aeroporto de Pequim e desapareceu durante 81 dias. Não recebemos nenhum comunicado oficial da detenção nem dos motivos", afirma a carta de Lu.

O desaparecimento de Ai Weiwei durante quase três meses foi criticado por Governos ocidentais e grupos de direitos humanos, que condenaram a sua detenção e a de outras centenas de dissidentes, advogados e artistas desaparecidos desde fevereiro, em uma tentativa de Pequim de impedir qualquer cópia da "Primavera Árabe".

Em sua carta, Lu descreve que durante os meses de desaparecimento de Ai Weiwei, seus familiares e amigos sofreram "ansiedade, preocupação e raiva", e classifica como "tortura mental" o trabalho infrutífero que tiveram para obter resposta das autoridades chinesas sobre sua situação e seu paradeiro.

"Um país civilizado deveria respeitar os direitos básicos de seu povo. Se o Governo aprova a lei, será um retrocesso para o sistema legal chinês, um estrago dos direitos humanos e um obstáculo para o desenvolvimento de nossa civilização", diz Lu em sua carta, na qual pede o fim das "detenções arbitrárias".

Hong Lei, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, fez referência ao pedido durante uma entrevista coletiva dizendo que "algumas pessoas deveriam defender melhor a constituição e a lei da China", sem explicar o significado desta frase.

Familiares de Ai Weiwei afirmaram à Agência Efe após sua libertação que o artista tinha sofrido torturas psicológicas durante os 81 dias em que esteve preso. Dois vigias o seguiam e observavam de perto 24 horas por dia, inclusive durante o banho, e ele ficou detido em um pequeno quarto onde só havia uma cama, sem acesso a jornais ou livros.

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Estas detenções permitiriam prender suspeitos em lugares secretos durante meses, sem informar a seus familiares nem emitir ordens de detenção oficiais, como exige a atual legislação.

O projeto de lei "infringe a proteção mais básica dos direitos pessoais dos cidadãos chineses e é uma flagrante violação da Constituição", diz a mulher de Ai Weiwei, Lu Qing, em carta enviada nesta quarta-feira ao legislativo chinês e publicada no perfil de seu marido em uma rede social.

"Meu nome é Lu Qing, sou uma cidadã chinesa, de profissão pintora. Meu marido é Ai Weiwei, um artista, arquiteto e defensor da sociedade civil, um desenhista que no dia 3 de abril foi detido no aeroporto de Pequim e desapareceu durante 81 dias. Não recebemos nenhum comunicado oficial da detenção nem dos motivos", afirma a carta de Lu.

O desaparecimento de Ai Weiwei durante quase três meses foi criticado por Governos ocidentais e grupos de direitos humanos, que condenaram a sua detenção e a de outras centenas de dissidentes, advogados e artistas desaparecidos desde fevereiro, em uma tentativa de Pequim de impedir qualquer cópia da "Primavera Árabe".

Em sua carta, Lu descreve que durante os meses de desaparecimento de Ai Weiwei, seus familiares e amigos sofreram "ansiedade, preocupação e raiva", e classifica como "tortura mental" o trabalho infrutífero que tiveram para obter resposta das autoridades chinesas sobre sua situação e seu paradeiro.

"Um país civilizado deveria respeitar os direitos básicos de seu povo. Se o Governo aprova a lei, será um retrocesso para o sistema legal chinês, um estrago dos direitos humanos e um obstáculo para o desenvolvimento de nossa civilização", diz Lu em sua carta, na qual pede o fim das "detenções arbitrárias".

Hong Lei, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, fez referência ao pedido durante uma entrevista coletiva dizendo que "algumas pessoas deveriam defender melhor a constituição e a lei da China", sem explicar o significado desta frase.

Familiares de Ai Weiwei afirmaram à Agência Efe após sua libertação que o artista tinha sofrido torturas psicológicas durante os 81 dias em que esteve preso. Dois vigias o seguiam e observavam de perto 24 horas por dia, inclusive durante o banho, e ele ficou detido em um pequeno quarto onde só havia uma cama, sem acesso a jornais ou livros.

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