Mundo

Espanha vai subsidiar diesel, mas caminhoneiros continuam em greve

No acordo, o governo se comprometeu a dar "uma ajuda direta ao setor de 450 milhões de euros" (496 milhões de dólares), acrescentou o ministério

Caminhoneiros: Uma imagem da manifestação de transportadores em greve realizada em 25 de março de 2022 em Madri (AFP/AFP)

Caminhoneiros: Uma imagem da manifestação de transportadores em greve realizada em 25 de março de 2022 em Madri (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 25 de março de 2022 às 21h12.

O governo da Espanha concordou nesta sexta-feira (25) com as organizações de transportadores em subsidiar 20 centavos de euro (22 centavos de dólar) por cada litro de diesel, mas os caminhoneiros independentes manterão a greve por considerar o valor insuficiente.

"O Governo vai recompensar os caminhoneiros com 20 centavos de euro por litro ou quilo de combustível", anunciou o Ministério dos Transportes em um comunicado nesta manhã, após mais de 12 horas de reunião com a organização patronal Comissão Nacional dos Transportes Rodoviários (CNTC), que reúne as associações majoritárias do setor.

Mas este pacto, através do qual o governo pagará 15 centavos do subsídio e as petrolíferas os cinco restantes, foi alcançado sem a participação da Plataforma de Defesa do Setor de Transporte Rodoviário de Mercadorias, organização minoritária que lidera a greve.

"Continuaremos com esta greve por tempo indeterminado", anunciou Manuel Hernández, porta-voz da plataforma, no final de uma reunião na tarde de sexta-feira com a ministra dos Transportes, Raquel Sánchez, afirmando que suas reivindicações não foram atendidas. “Se nos custa dinheiro trabalhar e isso não é corrigido, não podemos trabalhar”, disse o porta-voz da plataforma que iniciou o protesto em 14 de março em um contexto de preços altos da energia.

No acordo, o governo se comprometeu a dar "uma ajuda direta ao setor de 450 milhões de euros" (496 milhões de dólares), acrescentou o ministério, que consistirá num pagamento único de 1.250 euros por caminhão, 900 por ônibus, 500 por furgão e 300 por veículo ligeiro (táxis, VTC e ambulâncias).

Este pacote de medidas “significará uma injeção de mais de um bilhão de euros” no setor, acrescentou.
A greve dos caminhoneiros ganhou força nos últimos dias, com a multiplicação de bloqueios e ataques a quem não a apoia.

Muitas empresas interromperam a atividade de suas fábricas por falta de suprimentos e caminhões para distribuir sua produção, ou ameaçam fazê-lo em breve, como Danone, Heineken, Mercedes ou Arcelor Mittal, e começaram a faltar produtos em alguns supermercados.

Acompanhe tudo sobre:CaminhoneirosEspanhaGrevesÓleo dieselSubsídios

Mais de Mundo

Israel ordena saída de moradores no norte de Gaza após disparos de foguetes contra o país

Israel mata chefe da inteligência militar do Hamas no sul da Faixa de Gaza

Governo Trump proíbe entrada de Cristina Kirchner nos EUA

Departamento de Justiça dos EUA tenta blindar Trump de processos civis por ataque ao Capitólio