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Espanha irá defender interesses ante Gibraltar

Mariano Rajoy, chefe do Executivo espanhol, disse que governo tomará medidas legais para defender interesses no conflito pela região de Gibraltar


	O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy: "tomaremos medidas legais e proporcionais para defender os interesses espanhóis", disse
 (REUTERS/Susana Vera)

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy: "tomaremos medidas legais e proporcionais para defender os interesses espanhóis", disse (REUTERS/Susana Vera)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 14h31.

Madri - O governo espanhol tomará medidas legais para defender os interesses do país no conflito pelo território britânico de Gibraltar, afirmou nesta sexta-feira o chefe do Executivo, o conservador Mariano Rajoy.

"Tomaremos medidas legais e proporcionais para defender os interesses espanhóis", afirmou Rajoy à imprensa depois de conversar com o rei Juan Carlos sobre Gibraltar, cuja soberania é reivindicada por Madri e Londres.

"Nossa prioridade é que as coisas sejam faladas, discutidas, negociadas e acordadas no que diz respeito a Gibraltar e não tomar decisões que, depois, em um determinado momento, são irreversíveis", assegurou o chefe do governo espanhol.

O ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, reafirmou nesta sexta-feira ao jornal ABC que a Espanha considera a possibilidade de impor uma taxa para entrar ou sair de Gibraltar.

No entanto, nesta sexta-feira o ministério da Defesa espanhol autorizou o porta-aviões britânico "HMS Illustrious" a fazer escala na base naval de Rota, perto de Gibraltar.

"Dentro de manobras rotineiras das quais se tinha conhecimento, a Marinha britânica solicitou dentro do protocolo que existe com todos os países aliados que o 'HMS Illustrious' atracasse em Rota e foi autorizado", explicou uma porta-voz do ministério.

Na quarta-feira, o chefe do governo britânico, David Cameron, advertiu sobre o "risco real" de que a tensão nas fronteiras de Gibraltar prejudique as relações com a Espanha, em uma conversa com Rajoy, que classificou de inaceitável a atitude do território.


Após vários dias de tensão entre Madri e o Peñón britânico situado no extremo sul da península ibérica, Cameron telefonou a Rajoy para expressar a ele "sérias preocupações" pelas longas filas provocadas pelos controles fronteiriços e pelas possíveis futuras medidas levantadas pelo governo espanhol.

As autoridades de Gibraltar e o governo britânico acusam a Espanha de provocar há dias engarrafamentos deliberados na fronteira como represália pela construção nas águas do Peñón de um arrecife artificial destinado a impedir que os barcos espanhóis pesquem no local.

O porta-voz do primeiro-ministro conservador britânico afirmou que o presidente do governo espanhol "esteve de acordo que não queria que este tema se convertesse em um obstáculo nas relações bilaterais" e ressaltou a necessidade de "encontrar uma maneira" de reduzir a tensão.

Rajoy, que disse a Cameron que a instalação de blocos de cimento para criar um arrecife artificial na baía de Algeciras é "inaceitável", convocou um "diálogo bilateral no âmbito do respeito à legalidade internacional, europeia e nacional", informou em Madri a presidência do governo.

Os chefes da diplomacia de ambos os países, William Hague e José Manuel García-Margallo, serão agora os encarregados de dialogar para tentar acalmar a situação, embora Cameron já tenha dito a Rajoy que sua "posição sobre a soberania de Gibraltar e suas águas circundantes não vai mudar", segundo Downing Street.

Madri e Gibraltar se enfrentam há anos pelo direito à pesca nas águas em torno deste território, cuja soberania é exigida pela Espanha, que afirma que elas não estavam incluídas no Tratado de Utrecht, através do qual o Peñón foi cedido à Grã-Bretanha em 1713.

A Espanha exige há décadas a soberania deste território, algo a que Londres se opõe se não for com o apoio dos moradores locais, partidários da manutenção de seu status atual.

A postura do Reino Unido em relação a Gibraltar é a mesma mantida nas Ilhas Malvinas, o disputado arquipélago do Atlântico Sul sob controle britânico desde 1833 e exigido pela Argentina.

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