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Esforço de paz afegão cerca encontro de Obama e Karzai

Presidentes dos EUA e do Afeganistão deverão discutir em encontro questões de guerra, inclusive o futuro da presença militar norte-americana no país asiático

Presidente dos EUA, Barack Obama, cumprimenta o presidente afegão, Hamid Karzai, na Cúpula da Otan em Chicago, em maio de 2012 (Larry Downing/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 08h47.

Washington/Islambad - Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e do Afeganistão , Hamid Karzai, vão discutir na sexta-feira questões de guerra, inclusive o futuro da presença militar norte-americana no país asiático, mas as questões da paz é que devem ser as mais delicadas na longa pauta do encontro.

Após quase dez anos no limbo, uma tentativa de reconciliação envolvendo insurgentes do Taliban, o governo Karzai e outras grandes facções afegãs dá novos sinais de vida.

O Paquistão, acusado por autoridades dos EUA e do Afeganistão de apoiar insurgentes e interferir nas questões afegãs, recentemente sinalizou uma aparente mudança de postura, voltando-se mais para a promoção da estabilidade na nação vizinha, num momento em que a maior parte das tropas de combate dos EUA se prepara para partir, segundo importantes autoridades do Paquistão e Afeganistão.

Em outro acontecimento potencialmente significativo, representantes do Taliban se reuniram no mês passados nos arredores de Paris com membros do Alto Conselho Afegão da Paz -- mas não diretamente com membros do governo Karzai, um contato que há anos os rebeldes rejeitam.

Autoridades norte-americanas disseram, sob anonimato, que os acontecimentos são promissores, mas que a abertura de negociações ainda depende da superação de muitos desafios.


Em ocasiões anteriores, já houve a expectativa, afinal frustrada, de uma negociação de paz que resolvesse décadas de conflito no Afeganistão. Em março de 2012, o Taliban suspendeu meses de discretas negociações com Washington, destinadas a levar os insurgentes e o governo Karzai para a mesa de diálogo.

Obama deve pressionar o presidente afegão a referendar a abertura formal de um escritório político do Taliban no Catar, como forma de acelerar o início do processo de paz afegão. Karzai não se entusiasma com a ideia, aparentemente por temer que seu governo fique de fora de eventuais negociações.

A reunião de Obama com Karzai, ao final de uma visita de três dias dele a Washington, pode se tornar um dos mais críticos encontros entre os dois líderes, já que a Casa Branca está analisando como retirar rapidamente a maior parte dos seus cerca de 66 mil combatentes do Afeganistão, e como uma força residual será mantida após 2014.

Obama, prestes a iniciar seu segundo mandato, parece determinado a encerrar o envolvimento militar dos EUA no Afeganistão. Na segunda-feira, ele indicou para o cargo de secretário de Defesa o ex-senador Chuck Hagel, que parece favorável a uma forte redução do contingente.

Outras questões na pauta têm grande potencial para causar fricção: o futuro tamanho e foco das Forças Armadas afegãs; uma crescente disputa pelo controle da maior penitenciária do país; e o futuro da ajuda internacional ao Afeganistão depois de 2014.

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Washington/Islambad - Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e do Afeganistão , Hamid Karzai, vão discutir na sexta-feira questões de guerra, inclusive o futuro da presença militar norte-americana no país asiático, mas as questões da paz é que devem ser as mais delicadas na longa pauta do encontro.

Após quase dez anos no limbo, uma tentativa de reconciliação envolvendo insurgentes do Taliban, o governo Karzai e outras grandes facções afegãs dá novos sinais de vida.

O Paquistão, acusado por autoridades dos EUA e do Afeganistão de apoiar insurgentes e interferir nas questões afegãs, recentemente sinalizou uma aparente mudança de postura, voltando-se mais para a promoção da estabilidade na nação vizinha, num momento em que a maior parte das tropas de combate dos EUA se prepara para partir, segundo importantes autoridades do Paquistão e Afeganistão.

Em outro acontecimento potencialmente significativo, representantes do Taliban se reuniram no mês passados nos arredores de Paris com membros do Alto Conselho Afegão da Paz -- mas não diretamente com membros do governo Karzai, um contato que há anos os rebeldes rejeitam.

Autoridades norte-americanas disseram, sob anonimato, que os acontecimentos são promissores, mas que a abertura de negociações ainda depende da superação de muitos desafios.


Em ocasiões anteriores, já houve a expectativa, afinal frustrada, de uma negociação de paz que resolvesse décadas de conflito no Afeganistão. Em março de 2012, o Taliban suspendeu meses de discretas negociações com Washington, destinadas a levar os insurgentes e o governo Karzai para a mesa de diálogo.

Obama deve pressionar o presidente afegão a referendar a abertura formal de um escritório político do Taliban no Catar, como forma de acelerar o início do processo de paz afegão. Karzai não se entusiasma com a ideia, aparentemente por temer que seu governo fique de fora de eventuais negociações.

A reunião de Obama com Karzai, ao final de uma visita de três dias dele a Washington, pode se tornar um dos mais críticos encontros entre os dois líderes, já que a Casa Branca está analisando como retirar rapidamente a maior parte dos seus cerca de 66 mil combatentes do Afeganistão, e como uma força residual será mantida após 2014.

Obama, prestes a iniciar seu segundo mandato, parece determinado a encerrar o envolvimento militar dos EUA no Afeganistão. Na segunda-feira, ele indicou para o cargo de secretário de Defesa o ex-senador Chuck Hagel, que parece favorável a uma forte redução do contingente.

Outras questões na pauta têm grande potencial para causar fricção: o futuro tamanho e foco das Forças Armadas afegãs; uma crescente disputa pelo controle da maior penitenciária do país; e o futuro da ajuda internacional ao Afeganistão depois de 2014.

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