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Escolas britânicas se preparam para duro inverno por aumento da eletricidade

A inflação no Reino Unido disparou e, em julho, superou os 10% em estimativa anual, seu nível mais alto em 40 anos e a maior entre os países do G7

Escolas britânicas se preparam para o frio do inverno enquanto sobem os preços de energia (AFP/AFP)

Escolas britânicas se preparam para o frio do inverno enquanto sobem os preços de energia (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 4 de setembro de 2022 às 14h21.

As escolas públicas do Reino Unido buscam soluções para passar o inverno, como reduzir a calefação, implementar uma semana letiva de quatro dias ou o uso de roupas mais pesadas, devido ao aumento exorbitante dos custos da eletricidade.

O aumento da conta de energia é "colossal", aponta Rachael Warwick, que dirige três escolas no sul da Inglaterra. "Estamos buscando 900 mil libras adicionais [mais de um milhão de dólares] não orçadas, é uma pressão enorme", explica à AFP.

Normalmente, seus gastos anuais de gás e eletricidade são de 250.000 libras. Contudo, este ano a conta subiu para 1,1 milhão de libras.

A inflação no Reino Unido disparou e, em julho, superou os 10% em estimativa anual, seu nível mais alto em 40 anos e a maior entre os países do G7 (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Itália, França e Japão). E, diante da previsão de novas aumentos dos preços de energia, a situação ameaça continuar piorando.

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As famílias estão protegidas por um teto tarifário imposto pelo governo, mas haverá um aumento de 80% em outubro. Contudo, este teto não se aplica às empresas nem às instituições públicas.

A crise afeta todos os sectores. E um deles é o da educação.

Após dois anos marcados pela pandemia de covid-19, os diretores têm que gerir uma nova crise, com orçamentos estabelecidos antes da guerra da Ucrânia e do aumento dos preços da energia.

'Decisões difíceis'

"Pelo que ouço de outras escolas, os preços vão dobrar ou triplicar", aponta Paul Gosling, presidente do sindicato de diretores escolares NAHT e diretor de uma escola de ensino fundamental em Exmouth, no sul da Inglaterra.

Os estabelecimentos escolares também devem bancar o aumento de 5% dos salários de seus funcionários, anunciado pelo governo durante o verão boreal, sem nenhum financiamento adicional do Estado.

"Os livros estão mais caros, a comida está mais cara, tudo está mais caro", insiste Steve Chalke, fundador do grupo escolar Oasis, que conta com 52 estabelecimentos.

Diante dessa situação, os diretores buscam formas de economizar. "São decisões difíceis", lamenta Chalke, que pensou em aumentar a capacidade das salas de aula, cancelar as excursões ou reduzir a calefação um ou dois graus.

"Alguns sugerem passar para uma semana de quatro dias. Fechar a escola durante um dia. Mas não podemos fazê-lo [...] Se não, como os pais vão trabalhar?", questiona.

Mais roupas pesadas

Rachael Warwick prevê reduzir o consumo de energia nas escolas entre "20% e 30%". "Reduziremos a calefação, desligaremos as luzes. Pediremos aos alunos e aos funcionários que usem roupas mais pesadas. Mas isso não corresponde em nada às economias que temos que fazer", assinala.

Os trabalhadores do setor farão um apelo ao futuro primeiro-ministro, que será escolhido nesta segunda-feira. "Todos os serviços públicos precisariam de um teto nos preços", como já acontece com os particulares, explica Paul Gosling.

"Se o governo não fizer nada, as escolas tentarão equilibrar seus orçamentos reduzindo gastos" através de cortes no efetivo. "Isso não é bom porque afetaria a educação que as crianças recebem", opina.

O Ministério da Educação afirma que é "consciente das pressões inflacionárias que as escolas enfrentam" e ressalta que o governo aumentou "seu financiamento em 4 bilhões de libras este ano".

Também proporcionou recomendações às escolas sobre as ofertas de abastecimento de energia, assinalou o ministério em uma declaração à AFP.

Durante sua campanha para ocupar o cargo de primeiro-ministro, Liz Truss e Rishi Sunak, os dois finalistas, prometeram ajudar as escolas.

"Estamos nesta situação porque decidimos apoiar os ucranianos. Ao fazê-lo, certamente que há um preço a pagar, mas não há nenhuma razão para que esse preço seja arcado pelas crianças", opina Steve Chalke.

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