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Escassez de alimentos e água aumenta indignação em cidade de Moçambique

Cerca de 15 mil pessoas ainda estão desaparecidas, segundo ministro do país

Sobreviventes do ciclone Idai chegam a centro para desabrigados em Beira (Denis Onyodi/Centro Climático da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho/Reuters)
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Reuters

Publicado em 22 de março de 2019 às 10h06.

Beira, Moçambique — A situação na cidade portuária moçambicana de Beira está "em ebulição", uma vez que os moradores estão sofrendo com a escassez de alimentos, água e outros itens essenciais uma semana após a passagem de um ciclone devastador, disse o chefe de uma operação de resgate da África do Sul nesta sexta-feira, 22.

O ciclone Idai se abateu sobre Beira, cidade de 500 mil habitantes, com ventos fortes e chuvas torrenciais na semana passada, e depois seguiu terra adentro rumo ao Zimbábue e ao Malaui.

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Em Moçambique, 242 pessoas foram mortas pela tempestade e pelas inundações resultantes, segundo o saldo de mortes oficial, que se acredita poder aumentar. No Malaui, cerca de 56 pessoas morreram, e o Zimbábue registrou 259 mortes.

Cerca de 15 mil pessoas ainda estão desaparecidas em Moçambique, disse o ministro da Terra e do Meio Ambiente, Celso Correia, na quinta-feira.

Ao instruir sua equipe na noite de quinta-feira, Connor Hartnady, líder de uma força-tarefa de operações de resgate da Resgate África do Sul, disse que os moradores de Beira estão ficando fartos com a escassez.

"Houve três incidentes de segurança hoje, todos relacionados à comida", disse ele à sua equipe, sem dar maiores detalhes.

Hartnady também disse que um grupo de 60 pessoas foi descoberto preso por águas das enchentes em uma área ao norte de Beira durante um voo de reconhecimento. Equipes de resgate e o governo estão decidindo a melhor maneira de ajudá-las, explicou, retirando-as pelo ar ou levando suprimentos.

As chuvas torrenciais da tempestade causaram o transbordamento dos rios Buzi e Pungwe, cujas fozes estão na área de Beira.

Estradas que levam a Beira foram bloqueadas pela tempestade, e a maior parte da cidade está sem energia. A Cruz Vermelha estimou que 90 por cento dela foi danificada ou destruída pela tempestade.

O Ministério da Informação zimbabuano disse que ao menos 30 estudantes, dois diretores e um professor de três escolas estão desaparecidos na região leste do país.

Na capital Harare, a falta de diesel cria longas filas, e no início desta semana surgiram relatos de que uma sala de controle do oleoduto de Beira, que transporta combustível vindo do Zimbábue, foi danificada.

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