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Com 90% das urnas apuradas, Erdogan tem 53% dos votos na Turquia

"O povo turco disse 'em frente' com o presidente Erdogan", disse porta-voz do governo turco no Twitter

Presidente da Turquia, Tayiip Erdogan, discursa durante evento em Londres 14/05/2018 REUTERS/Henry Nicholls (Henry Nicholls/Reuters)

Presidente da Turquia, Tayiip Erdogan, discursa durante evento em Londres 14/05/2018 REUTERS/Henry Nicholls (Henry Nicholls/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de junho de 2018 às 17h01.

Última atualização em 24 de junho de 2018 às 18h02.

Com 90% das urnas apuradas, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aparece com 53% dos votos, muito próximo à porcentagem que obteve em 2014, quando chegou ao poder, segundo a agência semioficial "Anadolu".

O presidente Erdogan venceu a eleição presidencial deste domingo, disse o porta-voz do governo turco, Bekir Bozdag. "O povo turco elegeu Erdogan como o primeiro presidente/presidente executivo da Turquia sob o novo sistema. O povo turco disse 'em frente' com o presidente Erdogan", disse no Twitter.

A oposição, por sua vez, contesta o resultado da apuração alegando que foi manipulado, e aponta que ao final Erdogan ficará abaixo dos 50%, o que levaria à realização do segundo turno no dia 8 de julho.

Caso a vitória se confirme, Erdogan não só será o chefe do Estado, mas também o do Governo, já que com estas eleições entra plenamente em vigor a reforma constitucional de 2017, com a qual foi abolida a figura do primeiro-ministro.

O presidente ostentaria, assim, praticamente todos os poderes na República, dado que tem, além disso, teria poder de nomear a grande parte da cúpula do Judiciário e pode inclusive promulgar leis por decreto, embora o Parlamento ainda tenha a possibilidade de anulá-los.

Diante de dados oficiais, a Plataforma Justiça Eleitoral - formada pelo social-democrata Partido Republicano do Povo (CHP), o nacionalista Partido IYI e várias organizações cívicas - segue a mesma apuração, mas depende dos resultados de atas que seus membros de mesa e voluntários enviaram aos coordenadores.

O candidato do CHP, Muharrem Ince, a quem a "Anadolu" atribui 30% dos votos, pediu aos seus seguidores que "não se deixem enganar" pela apuração oficiosa, já que, afirmou, as autoridades sempre divulgam primeiro os resultados de zonas e municípios simpatizantes do Justiça e Desenvolvimento (AKP), partido de Erdogan, que governa o país desde 2002.

"A 'Anadolu' manipula. Primeiro dá os resultados de lugares com alta porcentagem de votos para Erdogan. Peço aos que estão nas mesas, não se desmoralizem, não abandonem as urnas em nenhum momento", escreveu Ince em sua conta no Twitter.

O porta-voz do CHP, Bülent Tezcan, também acusou a agência de manipulação, embora a própria plataforma do seu partido tenha mostrado em dado momento Erdogan acima dos 50% dos votos.

"Não abandonem as urnas, não permitam que roubem seus votos na mesa. Erdogan perdeu estas eleições. É muito provável que haja um segundo turno", disse Tezcan.

Por sua vez, o porta-voz do AKP, Mahir Ünal, pediu que não ataquem as instituições estatais e que todos esperem o fim da apuração oficial.

"Todos os partidos acompanham apuração. É inaceitável atacar a agência 'Anadolu'", disse Ünal, que ressaltou que a participação nas urnas foi de 87%, um nível recorde.

Ince lembrou, em outra mensagem no Twitter, que no momento em que a "Anadolu" já dava resultados com base nos 88% das urnas apuradas, a Comissão Eleitoral Suprema, responsável de anunciar os dados oficiais, só tinha certificado a apuração de 37%.

Os resultados parciais das eleições parlamentares, que foram realizadas hoje simultaneamente com as presidenciais, também dão uma vantagem clara à coalizão formada pelo AKP e o Movimento de Ação Nacionalista (MHP).

Embora o AKP, com 43% dos votos e 297 cadeiras, não chegue à maioria absoluta, os 51 deputados do seu parceiro de coalizão lhe permitiriam legislar com folga no Parlamento, que tem 600 assentos no total.

Ao início da votação, o CHP denunciou tentativas de fraude na província sudeste de Sanliurfa e a Comissão Eleitoral Suprema confirmou que foram tomadas "medidas administrativas e judiciais a respeito".

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