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Erdogan defende que Turquia continue a ser estado laico

Para o presidente do país, o estado turco deve ter a mesma distância em relação às diferentes religiões


	Tayyip Erdogan: Para o presidente do país, o estado turco deve ter a mesma distância em relação às diferentes religiões
 (Kayhan Ozer / Reuters)

Tayyip Erdogan: Para o presidente do país, o estado turco deve ter a mesma distância em relação às diferentes religiões (Kayhan Ozer / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2016 às 18h30.

Zagreb - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, defendeu nesta terça-feira que seu país continue a ser um Estado laico, e com isso se distanciou publicamente da ideia de uma Constituição islâmica para o país.

O presidente do parlamento turco, Ismail Kahraman, disse nesta semana, durante uma conferência em Istambul, que em uma nova Carta Magna "não deveria haver uma definição do laicismo".

"Nossa Constituição não deveria fugir da religião. Somos um país muçulmano", acrescentou o político, do partido islamita AKP, fundado pelo atual presidente.

Erdogan lembrou hoje que se trata de uma opinião pessoal de Kahraman e que seu partido sempre teve em seu programa político a igualdade das religiões na Turquia, o que não mudou.

O Estado turco, destacou Erdogan à imprensa durante uma visita oficial à Croácia, deve ter a mesma distância em relação às diferentes religiões.

As palavras do presidente do parlamento causaram hoje em Ancara uma manifestação, dissolvida pela polícia.

"Não queremos uma Constituição da 'sharia', mas secularismo" e "O laicismo ganhará", foram algumas das expressões cantadas pelos manifestantes, que foram dispersados pela polícia com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Em relação à crise dos refugiados, Erdogan acentuou hoje que seu país "fez tudo o que pôde" e que "a Turquia nunca fechará suas portas ao povo que está sob as bombas".

Ele acrescentou, no entanto, que "o Ocidente deve reagir de forma diferente" e exigiu mais apoio para seu país.

Erdogan, que chegou à Croácia acompanhado por cinco ministros e uma ampla delegação empresarial, se reunirá em Zagreb com uma série de políticos locais.

Além disso, ele vai participar de uma celebração do centésimo aniversário do reconhecimento oficial do islã como uma das religiões oficiais do país balcânico, membro da União Europeia (UE) desde 2013. 

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