Passeata em memória aos 100 anos do genocídio armênio, na Armênia: comunidade quis chamar atenção dos países para a necessidade do reconhecimento do massacre como genocídio (REUTERS/David Mdzinarishvili)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2015 às 14h02.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterou neste sábado as críticas da Turquia à União Europeia e aos líderes europeus que qualificaram de "genocídio" os massacres de milhares de armênios pelo Império Otomano em 1915.
Em uma reunião com empresários em Istambul, Erdogan acusou os presidentes francês, alemão e russo, que utilizaram o termo genocídio para descrever os massacres, "de apoiar reivindicações com base nas mentiras dos armênios".
"Gostaríamos que nem (o presidente russo, Vladimir) Putin, nem (o presidente francês François) Hollande, visitassem a Armênia", declarou, em referência à cerimônia do centenário do genocídio na sexta-feira em Yerevan.
"Os últimos países a falar de genocídio foram a Alemanha, Rússia e França", observou Erdogan, exortando-os a "limpar as manchas de sua própria história."
Na sexta-feira, o ministério turco das Relações Exteriores atacou Putin e o presidente alemão Joachim Gauck por utilizarem o termo genocídio para descrever os acontecimentos de 1915. Foi a primeira vez que o presidente alemão reconheceu o genocídio armênio.
Erdogan também acusou a União Europeia, cujo Parlamento apelou em 15 de abril a Turquia a reconhecer o genocídio, de "não dizer a verdade". "União Europeia, não precisamos de seus pensamentos, guarde-os para si mesma", exclamou.
"Eles têm ouvidos que não ouvem, olhos que não veem e línguas que não dizem a verdade", acrescentou.
Há vários dias, a Turquia denuncia sistematicamente as declarações que qualificam como genocídio os massacres de centenas de milhares de armênios durante a Primeira Guerra Mundial.