Equador oferece residência ao fundador do WikiLeaks
Julian Assange é conhecido por não ter residência fixa; governo equatoriano também o convidou para dar palestras no país
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 11h10.
Quito - Um funcionário do governo equatoriano convidou o fundador do site de denúncias WikiLeaks para viver e realizar palestras no país, dias depois que o site causou furor internacional ao divulgar documentos confidenciais norte-americanos.
Kintto Lucas, vice-ministro do Exterior equatoriano, disse à imprensa local que o Equador está tentando contatar Julian Assange, o responsável pelo WikiLeaks, a fim de convidá-lo a se radicar no país, elogiando o trabalho investigativo que ele realiza.
O Equador é parte de um bloco de governos esquerdistas da América do Sul, que inclui também Venezuela e Bolívia e mantém posição fortemente crítica à política dos Estados Unidos para a região.
O WikiLeaks obteve mais de 250 mil documentos do Departamento de Estado norte-americano e os transmitiu a organizações de mídia, que começaram a publicar no domingo reportagens que expõem o funcionamento interno da diplomacia norte-americana, incluindo avaliações francas e embaraçosas sobre líderes mundiais. O WikiLeaks havia anteriormente publicado documentos sigilosos norte-americanos sobre as guerras do Afeganistão e Iraque.
"Estamos convidando Assange para fazer palestras e, se desejar, lhe ofereceremos cidadania equatoriana", disse Lucas em entrevista publicada na terça-feira pelo jornal local Hoy.
Assange é cidadão australiano e seu paradeiro atual é desconhecido; acredita-se que se desloque de país a país. Ele vinha buscando residência na Suécia, mas agora está sendo procurado pelas autoridades daquele país devido a acusações de delitos sexuais que o antigo hacker diz serem parte de uma conspiração contra ele.
Perguntado se a oferta de residência era um convite formal do governo, Lucas disse que "certamente".
O governo dos EUA declarou na segunda-feira que lamenta profundamente a divulgação de quaisquer informações sigilosas e que reforçaria a segurança a fim de prevenir vazamentos como a revelação pelo WikiLeaks de vasto volume de documentos do Departamento de Estado. O Departamento da Justiça norte-americano anunciou estar conduzindo uma investigação criminal sobre os vazamentos.