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Equador ainda procura sobreviventes de forte terremoto

Barracas foram montadas no estádio ainda intacto da cidade para guardar corpos, tratar os feridos e distribuir água, comida e cobertores aos sobreviventes


	Terremoto no Equador: pessoas vagavam com membros feridos e enfaixados, enquanto pacientes com ferimentos mais sérios eram encaminhados aos hospitais
 (Reuters/Lalo Calle)

Terremoto no Equador: pessoas vagavam com membros feridos e enfaixados, enquanto pacientes com ferimentos mais sérios eram encaminhados aos hospitais (Reuters/Lalo Calle)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 08h45.

Pedernales - Equatorianos traumatizados dormiam em meio aos escombros enquanto equipes de resgate ainda buscavam sobreviventes, nesta segunda-feira, na esteira de um terremoto que assolou a região costeira do país andino, matando pelo menos 272 pessoas e arrasando balneários.

O tremor de magnitude 7,8 ocorrido no sábado destruiu edifícios e ruas, cortou o fornecimento de eletricidade e deixou pelo menos 2.068 feridos no Equador.

Na cidade costeira de Pedernales, devastada pelo tremor, sobreviventes se encolhiam em colchões ou cadeiras de plástico para passar a noite perto dos destroços de suas casas. Soldados e policiais patrulhavam as ruas escuras enquanto as equipes de socorro prosseguiam com seu trabalho.

No final do domingo, bombeiros entraram em uma residência parcialmente destruída para procurar três crianças e um homem aparentemente presos nas ruínas enquanto cerca de 40 pessoas se reuniam na escuridão para acompanhar seus esforços.

"Meus primos pequenos estão lá dentro, antes ouvimos ruídos, gritos. Precisamos encontrá-los", implorava Isaac, de 18 anos, enquanto os bombeiros vasculhavam o local.

Barracas foram montadas no estádio ainda intacto da cidade para guardar corpos, tratar os feridos e distribuir água, comida e cobertores aos sobreviventes.

Pessoas vagavam com membros feridos e enfaixados, enquanto pacientes com ferimentos mais sérios eram encaminhados aos hospitais.

O presidente Rafael Correa, que abreviou uma visita à Itália, foi verificar os danos na província costeira de Manabi na noite de domingo.

"O Equador foi atingido com tremenda dureza", disse Correa, com voz embargada, em um discurso televisionado, afirmando temer que o saldo de mortes do que chamou de tragédia irá aumentar.

Embora ainda não se conheça a extensão total dos danos, o desastre provavelmente irá piorar o desempenho econômico do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) este ano, já afetado pela queda no preço da commodity.

A crucial indústria energética equatoriana parece não ter sido afetada pelo terremoto, embora a refinaria de Esmeraldas, a principal do país, tenha sido fechada por precaução. Mas as exportações de bananas, flores, cacau e peixe podem sofrer atrasos por causa dos estragos nas estradas e dos atrasos nos portos.

O tremor também pode alterar a dinâmica política antes da eleição presidencial do ano que vem. (Reportagem adicional de Ana Isabel Martínez em Portoviejo)

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