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Epidemia de ebola não foi erradicada, afirma ONU

Comunidade internacional e a União Africana foram acusadas de passividade ante a epidemia que matou quase 9.000 pessoas em um ano

Nabarro: "a quantidade de casos cai semana após semana e tende a zero, mas a doença ainda está presente em um terço das zonas dos três países afetados" (Evan Schneider/AFP)

Nabarro: "a quantidade de casos cai semana após semana e tende a zero, mas a doença ainda está presente em um terço das zonas dos três países afetados" (Evan Schneider/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 10h04.

Adis Abeba - A epidemia de ebola não foi erradicada, advertiu nesta quinta-feira em Adis Abeba o coordenador especial da ONU para a luta contra a febre hemorrágica, o britânico David Nabarro.

"A quantidade de casos cai semana após semana e tende a zero, mas a doença ainda está presente em um terço das zonas dos três países afetados", disse Nabarro, presente na reunião de cúpula da União Africana que abordará o tema.

"Ainda temos focos ocasionais e surpresas com os novos casos", explicou Nabarro.

"Isto significa que a epidemia não foi erradicada e devemos continuar com nosso esforço, de forma mais intensa", completou.

Nabarro disse que está preocupado com chegada da temporada de chuvas e pediu a instalação de uma rede de "atores locais" antes que as precipitações dificultem o acesso a certas regiões.

O Centro Africano de Controle de Doenças que a União Africana decidiu criar em 2015 permitirá reagir com mais rapidez no caso de uma nova epidemia, destacou Nabarro.

"Levamos muito tempo para nos prepararmos. Precisamos de meios melhores de intervenção", disse o especialista ao comentar as lições da recente epidemia de ebola, a pior na história do vírus.

A comunidade internacional e a União Africana foram acusadas de passividade ante a epidemia que matou quase 9.000 pessoas em um ano, essencialmente em Guiné, Libéria e Serra Leoa.

A epidemia evidenciou o estado desastroso dos sistemas de saúde em alguns países africanos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou em 23 de janeiro a queda radical do número de pessoas contaminadas pelo vírus, mas advertiu que a situação continua sendo "extremamente preocupante" e que não era possível descartar um novo foco.

A febre hemorrágica do ebola, altamente contagiosa e com taxa de mortalidade que pode chegar a 90% dos enfermos, é transmitida por contato direto com sangue, secreções corporais (suor, excremento...), por via sexual e pelo contato com corpos contaminados.

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