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Enviado da Ucrânia descarta nova rodada de conversas de paz

Recentes confrontos entre soldados e separatistas ofuscaram esperanças de cessar-fogo duradouro na Ucrânia, e o governo descartou novas conversas de paz

Separatistas: separatistas não comentaram de imediato os relatos de novas ações militares (Maxim Shemetov/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 20h29.

Kiev - Confrontos recentes entre soldados ucranianos e separatistas ofuscaram nesta quarta-feira as perspectivas de um cessar-fogo duradouro após um “Dia de Silêncio” na Ucrânia , e Kiev descartou novas conversas de paz até que os rebeldes interrompam seus disparos completamente.

Apesar de um relatório inicial segundo o qual os separatistas reduziram seus bombardeios significativamente durante a trégua de terça-feira, os militares de Kiev disseram que no meio da tarde desta quarta-feira, no horário local, um grupo de rebeldes se chocou com tropas do governo, perdendo alguns homens, e que os separatistas também realizaram ataques com armas pesadas.

O ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma rejeitou qualquer possibilidade de uma nova reunião nesta semana do Grupo de Contato formado por Rússia , Ucrânia e líderes separatistas pró-Moscou, que em setembro firmou um cessar-fogo que, em seguida, foi violado continuamente.

“Nestas condições, quando há um lado que não está cumprindo o regime de cessar-fogo, não considero um encontro viável”, declarou Kuchma, segundo a agência de notícias Interfax.

Referindo-se ao “Dia de Silêncio”, que os militares de Kiev afirmaram ter sido interrompido por bombas dos separatistas contra posições do governo no aeroporto de Donetsk, Kuchma disse: “Deixem que mostrem que eles (os separatistas) realmente querem paz, e não guerra, que eles têm o controle total de suas formações armadas”.

“O lado ucraniano estará pronto para a próxima reunião (somente) quando houver um cessar-fogo total”.

Os líderes separatistas não comentaram de imediato os relatos de novas ações militares de suas forças, e já fizeram acusações semelhantes a respeito de violações da trégua contra forças governamentais.

Uma trégua mutuamente apoiada no leste industrializado da Ucrânia, onde os rebeldes declararam “repúblicas do povo”, poderia ter ajudado a abrir caminho para uma nova rodada de conversas de paz em Minsk, capital de Belarus, nesta semana.

Os líderes dos rebeldes haviam planejado uma vídeo-conferência nesta quarta-feira entre membros do grupo de contato, mas posteriormente cancelaram os planos. Mais cedo, os militares de Kiev se mostraram surpreendentemente otimistas a respeito do “Dia de Silêncio”, dizendo que pela primeira vez nenhum de seus soldados foi morto ou ferido nas 24 horas anteriores.

São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
  • 2. Pelo chão

    2 /13(Getty Images)

  • Veja também

    As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
  • 3. Memória saqueada

    3 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

  • Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
  • 4. Sem destino

    4 /13(Brendan Hoffman / Getty Images)

    Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
  • 5. Caixa-preta

    5 /13(Getty Images)

    O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos.  Os rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
  • 6. Represália Europeia

    6 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

    De acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
  • 7. Maioria holandesa

    7 /13(Graham Denholm / Getty Images)

    A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
  • 8. Domingo de homenagem

    8 /13(Christopher Furlong / Getty Images)

    Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
  • 9. Em busca da cura

    9 /13(Graham Denholm / Getty Images)

    Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
  • 10. EUA diz que sabe

    10 /13(gett)

    Os Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
  • 11. Artigo editado

    11 /13(Getty Images)

    O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia, editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
  • 12. Duas tragédias no ano

    12 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

    Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
  • 13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos

    13 /13(Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)

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