Enviado da ONU pede reforço humanitário na Coreia do Norte
Relator Marzuki Darusman ressaltou que Pyongyang tem que garantir que ajuda chegue diretamente aos necessitados
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2011 às 07h43.
Tóquio - O relator da ONU para os Direitos Humanos na Coreia do Norte, Marzuki Darusman, pediu nesta sexta-feira em Tóquio o reforço da ajuda humanitária para o país comunista a fim de garantir o respeito aos direitos humanos.
Em entrevista coletiva ao fim de uma visita de quatro dias ao Japão, Darusman insistiu na necessidade de estreitar a ação humanitária, embora tenha ressaltado que Pyongyang deve garantir que esta "chegue diretamente aos necessitados" e dar "acesso aos organismos da ONU".
O regime comunista de Kim Jong-il nega existência de problemas de direitos humanos na empobrecida nação, que destina milhões de dólares ao setor militar e ao desenvolvimento de um polêmico programa nuclear.
Darusman pediu a Coreia do Norte, que vive um momento de forte tensão com a vizinha do Sul, que não permaneça isolada e aproveite qualquer oportunidade de dialogar.
"Confio que este tipo de iniciativa por parte da Coreia do Norte será respondida de forma recíproca pela comunidade internacional com boa vontade", disse.
O representante da ONU declinou comentar a eventual sucessão de Kim Jong-il por seu filho mais novo, Kim Jong-un, que para Seul poderia ter sido um dos motivos do ataque de Pyongyang em novembro a uma ilha sul-coreana no Mar Amarelo, que deixou quatro mortos.
Para o relator, o importante é "avançar rumo a uma resolução da ONU" que envolve um compromisso da Coreia do Norte sobre direitos humanos.
Durante sua estadia no Japão, Darusman abordou com as autoridades japonesas o caso dos sequestros de japoneses nos anos 70 e 80 por parte da Coreia do Norte para que dessem lições de cultura e idioma nos programas de adestramento de espiões.
Neste sentido, precisou que se identificaram os casos de ao menos 17 japoneses sequestrados, dos quais cinco retornaram ao país de origem, e pediu a Coreia do Norte para continuar investigando o assunto, como se comprometeu em 2008.