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Entre o ebola e os acordos comerciais: duas faces da África

A Organização Mundial da Saúde vai reunir a partir desta segunda-feira ministros da Saúde de 47 países para discutir a saúde da África.

EBOLA: Comitê africano se reúne para discutir surto e problemas na saúde do continente  / John Moore | Getty Images

EBOLA: Comitê africano se reúne para discutir surto e problemas na saúde do continente / John Moore | Getty Images

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 06h19.

Última atualização em 27 de agosto de 2018 às 07h12.

Um vírus que causa hemorragia, falência de órgãos e pode levar à morte é um tema árido para uma discussão internacional. A Organização Mundial da Saúde vai reunir a partir desta segunda-feira ministros da Saúde de 47 países para discutir a saúde da África.

O tema é mais que urgente, uma vez que um novo surto de ebola bate na porta de diversas nações da região central do continente. Estima-se que mais de 100 casos de pessoas infectadas pelo vírus somente na República Democrática do Congo, epicentro dos casos. Destas, 63 morreram. O país enfrenta o décimo surto da doença desde 1976, com mais de 900 vítimas fatais.

Um caso emblemático chamou a atenção das instituições de saúde do mundo todo. Na semana passada, um médico que vive na cidade de Oicha, no leste do país, foi hospitalizado com suspeita de ebola. A cidade é controlada pela milícia ADF, e sofre com os problemas de segurança, que impedem o tratamento adequado da população. Mas mais de 100 grupos armados atuam na região, e faz com que a violência seja, portanto, um dos desafios para conter a proliferação de doenças no continente.

Embora o cenário não seja o mais animador, a vacinação contra o vírus já se tornou uma realidade, e caminha para o quarto lote. Mais de 2.900 pessoas já foram vacinadas.

A Organização e os líderes dos países correm contra o tempo para evitar um novo surto, semelhante ao de 2014, que teve mais de 28.000 casos e 11.300 mortes.

Mas a ebola não é a única preocupação das 47 nações. O continente africano é conhecido por ter os piores índices de tratamento de doenças, além dos maiores casos de falta de estrutura e de performance em seus serviços de saúde. Está na agenda a discussão do acesso à saúde de qualidade e de medicamentos, e a erradicação da cólera – outra mortal doença que assola o continente – até 2030.

Já na região austral do continente, o assunto será outro. A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, vai à África do Sul para discutir acordos e estreitar as relações bilaterais entre os países. Ela também visitará a Nigéria e o Quênia. May vai tratar de futuro, buscando na África um parceiro comercial que ajude a substituir a União Europeia em meio às discussões do Brexit. Uma economia promissora e os renitentes desafios na saúde são duas faces do mesmo continente.

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