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Enfermeira posta em quarentena forçada é liberada

A paciente Kaci Hickcox havia se queixado do tratamento recebido na internação compulsória e disse que tem a intenção de processar o governo local

Hospital em Nova Jersey: Kaci foi a primeira a ser submetida à quarentena obrigatória na região (Eduardo Munoz/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 15h47.

Nova York - A enfermeira Kaci Hickcox, que havia sido colocada em quarentena obrigatória após entrar em contato com pacientes com o vírus ebola no oeste da África, está sendo liberada depois de 24 horas sem apresentar sintomas da doença , declarou o Departamento de Saúde do Estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos.

A paciente havia se queixado do tratamento recebido na internação compulsória e disse que tem a intenção de processar o governo local.

Kaci foi a primeira pessoa a ser submetida à quarentena obrigatória em Nova Jersey, anunciada na sexta-feira pelo governador Chris Christie para todos os passageiros vindos dos três países africanos mais fortemente afetados pela epidemia.

A medida, também adotada pelo governador de Nova York Andrew Cuomo, recebeu críticas do governo federal dos Estados Unidos.

"Estamos um passo à frente", disse Cuomo no domingo à noite.

"Estamos fazendo tudo que é possível. Alguns dizem que estamos sendo muito cautelosos. Eu aceito essas críticas".

Especialistas em doenças infecciosas alertam que tais restrições são desnecessárias e podem desencorajar voluntários dispostos a combater o vírus ebola em países devastados pela doença.

"A melhor maneira de nos protegermos é parando a epidemia na África, e nós precisamos dos trabalhadores da área de saúde. Não queremos deixá-los numa posição em que passa a ser, muito, muito desconfortável se voluntariar", disse o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas.

Fauci passou por cinco programas de televisão matutinos no domingo para argumentar que esse tipo de política pública deveria ser orientada pela ciência e não há provas de que pessoas ofereçam perigo até que os sintomas apareçam.

E, ainda assim, o contágio só acontece com contato direto com fluidos corporais. Fonte: Associated Press.

O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
  • 2. Mohammed Wah, 23

    2 /15(John Moore/Getty Images)

  • Veja também

    O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
  • 3. Varney Taylor, 26

    3 /15(John Moore/Getty Images)

  • Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
  • 4. Benetha Coleman, 24

    4 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
  • 5. Victoria Masah, 28

    5 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
  • 6. Eric Forkpa, 23

    6 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
  • 7. Emanuel Jolo, 19

    7 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
  • 8. James Mulbah, 2

    8 /15(John Moore/Getty Images)

    O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
  • 9. John Massani, 27

    9 /15(John Moore/Getty Images)

    Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
  • 10. Mohammed Bah, 39

    10 /15(John Moore/Getty Images)

    Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
  • 11. Vavila Godoa, 43

    11 /15(John Moore/Getty Images)

    O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
  • 12. Ami Subah, 39

    12 /15(John Moore/Getty Images)

    Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
  • 13. Peters Roberts, 22

    13 /15(John Moore/Getty Images)

    O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
  • 14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34

    14 /15(John Moore/Getty Images)

    Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
  • 15. Moses Lansanah, 30

    15 /15(John Moore/Getty Images)

    O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.
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