Empresas com objeções religiosas ganham respaldo nos EUA
Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que crenças de empresários os eximem de requisito contemplado pela reforma do sistema sanitário
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2014 às 13h32.
Washington - A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta segunda-feira que as crenças religiosas dos empresários os eximem de um requisito contemplado pela reforma do sistema sanitário, o de custear anticoncepcionais aos seus funcionários dentro do seguro médico.
A reforma da saúde, promulgada em 2010 e que aparece como uma das principais conquistas do governo do presidente Barack Obama , estipula que quase todas as empresas com mais de 50 funcionários incluam o subsídio dos anticoncepcionais em seus seguros de saúde.
Neste aspecto, o Supremo mostrou estar de acordo com a reivindicação apresentada pelas cadeias Hobby Lobby, de venda de artesanatos e cujos donos são cristãos evangélicos, e Conestoga Wood Specialties, que fabrica gabinetes e é de propriedade de menonitas.
Através desta decisão apertada, adotada por cinco votos a favor e quatro contra, a Suprema Corte americana demonstrou pela primeira vez que as empresas com fins lucrativos podem ter pontos de vista religiosos sob a lei federal.
Isto significa que o governo Obama terá de encontrar uma alternativa para oferecer métodos anticoncepcionais às mulheres que estejam cobertas pelos seguros de saúde daquelas empresas que tenham objeções religiosas para cumpri-la.
A anticoncepção faz parte dos serviços de prevenção que devem ser oferecidos sem custo adicional em virtude da Lei de Saúde que Obama promulgou em 2010 e que o próprio Tribunal Supremo ratificou dois anos depois, após uma série de reivindicações e fortes oposições.
"As empresas que nos procuraram são sociedades anônimas fechadas e estão sob controle dos membros de uma mesma família, e ninguém põe em dúvida a sinceridade de suas crenças religiosas", explicou o Supremo em sua decisão.
O tribunal ressaltou que essa decisão será aplicada somente às empresas que estão sob o controle de poucas pessoas e nas quais não haja uma diferença essencial entre as crenças religiosas dos proprietários da empresa.