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Empresa de Miami é suspeita de subornos no futebol

Acusação alega que empresas de marketing esportivo dos Estados Unidos e dirigentes corruptos do futebol comandavam uma ação criminosa internacional


	Bolsa de futebol bate na rede: os direitos de transmissão e de marketing são uma enorme fonte de receita para o futebol
 (Thinkstock)

Bolsa de futebol bate na rede: os direitos de transmissão e de marketing são uma enorme fonte de receita para o futebol (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2015 às 10h04.

Nova York - Uma afiliada em Miami da gigante espanhola de mídia Imagina é uma das empresas de marketing esportivo indiciadas pelos Estados Unidos, mas não identificadas, sob suspeita de pagamento de suborno em um esquema de corrupção no futebol mundial, disseram fontes à Reuters.

A empresa citada é a Media World, uma subsidiária da Imagina US, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto, que falaram à Reuters sob condição de anonimato. A Imagina US é uma filial do grupo Imagina, com sede em Barcelona.

A acusação não diz que a empresa –identificada apenas como "Empresa de Marketing Esportivo C"- pagou suborno, mas diz que concordou em fazê-lo e estava procurando uma maneira de efetuar o pagamento a um funcionário do alto escalão do futebol nas Américas.

A Media World, que compra e vende os direitos de transmissão de campeonatos de futebol e opera canais de TV voltados para o mercado hispânico dos EUA, não foi acusada de delito.

Em processos judiciais norte-americanos, os promotores às vezes apontam potenciais irregularidades cometidas por pessoas ou entidades, mesmo que não estejam prestes a acusá-las de um crime.

Às vezes, a pessoa ou corporação nunca é formalmente acusada ou até mesmo citada pelos procuradores.

Um porta-voz da promotoria federal no Brooklyn, em Nova York, não quis comentar o caso.

Em 27 de maio, os promotores norte-americanos detalharam um esquema de mais de 150 milhões de dólares em supostos subornos pagos ao longo de mais de duas décadas, levando à prisão de alguns dirigentes do futebol, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, e executivos, mergulhando em crise a federação mundial que coordena o esporte, a Fifa.

A acusação diz que a "Empresa de Marketing Esportivo C" acertou com a Traffic USA, empresa de marketing esportivo subsidiária da brasileira Traffic e arrolada na acusação dos EUA, dividir igualmente um suborno no valor de 3 milhões de dólares para Jeffrey Webb, na época dirigente da confederação regional de futebol, a Concacaf.

O suborno foi negociado para permitir que as empresas explorassem conjuntamente os meios de comunicação e direitos de marketing das eliminatórias da União Caribenha de Futebol para as Copas do Mundo de 2018 e 2022, diz o documento do tribunal.

Os direitos de transmissão e de marketing são uma enorme fonte de receita para o futebol.

A acusação alega que empresas de marketing esportivo dos Estados Unidos e dirigentes corruptos do futebol comandavam uma ação criminosa internacional, trabalhando lado a lado para lucrar pessoalmente com os jogos.

Os promotores dizem que as empresas às vezes agiam em coordenação e, em outras ocasiões, competiam ferozmente pelos contratos lucrativos.

O brasileiro José Hawilla, o fundador da Traffic, secretamente se declarou culpado em dezembro de conspiração para extorsão, conspiração para fraude eletrônica, conspiração para lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA.

Hawilla também concordou em entregar mais de 151 milhões de dólares. Sua sentença está marcada para setembro, de acordo com registros do tribunal.

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