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Emissões de CO2 da China caem pelo 2º ano consecutivo

Resultado positivo foi motivado pela redução do consumo de combustíveis fósseis e o aumento da participação de fontes renováveis no país

Perigo no ar: mulher caminha na rua de sua casa, que fica ao lado de uma usina a carvão, em Shanxi, na China. (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Publicado em 2 de março de 2016 às 17h29.

São Paulo - As emissões de gases de efeito estufa da China caíram pelo segundo ano consecutivo em 2015: uma queda de 1 a 2 por cento ante 2014, de acordo com uma análise feita pela ONG ambientalista Greenpeace com base em dados divulgados pelo Bureau Nacional de Estatísticas da China.

O resultado positivo foi motivado, em grande medida, pela redução do consumo de combustíveis fósseis e o aumento da participação de fontes renováveis no país.

No ano passado, a China reduziu seu consumo de carvão em 3,7 por cento ante 2014, e instalou 32,5 gigawatts (GW) de energia eólica e 18,3 GW de energia solar. Soma-se a isso, o recente abrandamento econômico do país, que também ajudou a reduzir as emissões totais.

A China é atualmente o maior emissor mundial de CO2, responsável por quase um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, vilões do aquecimento global.

Na conferência climática da ONU em Paris, em dezembro passado, o país comprometeu-se a atingir o pico das suas emissões até 2030 e impulsionar as energias renováveis.

Segundo análise da ONG, estas estatísticas mostram que a China está a caminho de cumprir suas metas climáticas. Mas esse é um longo caminho.

Apesar da pressão ambiental contrária crescente, o carvão continua sendo uma importante fonte na matriz energética daquele país, suprindo cerca de 66% da demanda total de energia.

Em geral, a maior parte das cidades com o maiores níveis de poluição encontram-se na província chinesa de Hebei, que é o lar de um grande número de usinas de energia movidas a carvão e outras indústrias, incluindo de aço e cimento, que queimam ao monte esse combustível de origem fóssil.

São Paulo - Ao longo dos últimos 20 anos, o nível dos mares subiu uma média de 8 centímetros como resultado do aquecimento das águas e do derretimento das geleiras. Até o final deste século, ele pode aumentar em um metro ou mais, segundo previsões do último Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas ( IPCC ), principal referência científica no assunto. Essa alta reserva um futuro sombrio para muitas cidades costeiras e nações insulares no mundo e coloca mais de 40 milhões de pessoas em situação de risco. A sentença severa já ameaça a existência de micronações, como as Maldivas, o país mais baixo e plano da Terra, e Kiribati, um pequeno país no Pacífico que estuda a ideia radical de mudar toda a sua população para uma nova ilha. Não por acaso os líderes destes pequenos Estados insulares representam algumas das vozes mais apaixonadas, firmes e exigentes nas discussões da COP 21 , a conferência mais importante sobre clima da ONU, que acontece em Paris. Afinal, se o mundo não chegar a um acordo capaz de frear o ritmo das mudanças climáticas , estes micropaíses serão os primeiros a sofrer as piores consequências por estarem na linha de frente do perigo. Para eles, o desafio da sobrevivência já começou. Veja nas imagens.
  • 2. Ilhas Maldivas

    2 /10(Thinckstock)

  • Veja também

    Um micropaís no meio do Oceano Índico é uma vítima fácil para o aumento do nível do mar. No último século, as água já subiram 20 centímetros em algumas partes do país. De acordo com o levantamento da Ong Co+Life, uma elevação brusca poderia varrer do mapa esse paraíso de praias de areia branquinha, palmeiras e atóis de corais. Temendo o pior, o governo local já estuda comprar um novo território para o seu povo.
  • 3. Ilhas Salomão, no Pacífico

    3 /10(Creative Commons/ Jenny Scott / Flickr)

  • Pequeno país insular localizado a leste da Papua-Nova Guiné, no Oceano Pacífico, as pacatas Ilhas Salomão ganharam o noticiário mundial em fevereiro de 2013, após serem atingidas por um tsunami que matou cinco pessoas. Embora possa parecer pontual, a tragédia é a face mais radical de um drama vivido diariamente pela população local, formada por pouco de mais de 500 mil habitantes. Comunidades inteiras estão se realocando para evitar catástrofes a medida que a maré sobe. As ilhas com altitudes mais baixas são as mais atingidas.
  • 4. Ilhas Marshall

    4 /10(Creative Commons/ Sarah Boyd / Flickr)

    Se nos dias de maré alta, a população das Ilhas Marshall já sofre com os danos da invasão da água salgada, uma alta brusca de quase um metro até o fim do século é uma sentença de morte para a região. O mar já cobriu parte do território e está erodindo a costa, enquanto secas e cheias castigam ainda mais o arquipélago, formado por 29 atóis e ilhas de corais entre a Austrália e o Havaí.
  • 5. Kiribati

    5 /10(Torsten Blackwood/AFP)

    Outro pequeno país insular que pode estar com os dias contados é Kiribati, um arquipélago formado por 32 atois no Oceano Pacífico. Com o aumento do nível do mar circundante, o presidente de Kiribati, Anote Tong, prevê que seu país provavelmente se tornará inabitável dentro de 30 a 60 anos. Ele está atrás de um novo lar para os 100 mil habitantes da região, que tem sofrido com a invasão de água salgada que prejudica a agricultura local. Durante discurso na COP 21, em Paris, Tong agradeceu publicamente a nação de Fiji por ter concordado em receber o seu povo se o pior acontecer.
  • 6. Tuvalu

    6 /10(UNICEF/Getty Images)

    Na arena internacional, o pequeno conjunto de nove ilhas localizado no oceano pacífico, entre a Austrália e o Havaí, é um dos que mais trabalha para se fazer ouvir em meio aos interesses de grandes nações nas negociações climáticas. Com área de 26 km², o minúsculo Estado corre o risco de submergir diante do aumento do nível do mar. Nos últimos anos, as inundações constantes já vêm atrapalhando a produção de cultivos locais e a obtenção de água potável.
  • 7. Seicheles

    7 /10(Esskay/ Wikipedia)

    Nação insular localizada no Oceano Índico, as Seicheles são constituídas por vários arquipélagos localizados a noroeste de Madagáscar. Com uma população de 87 mil habitantes, foi uma das primeiras nações a ligar o alarme global sobre o impacto das alterações climáticas e da consequente ameaça da elevação do mar para pequenos países insulares.
  • 8. Delta do Mekong

    8 /10(Getty Images)

    Densamente povoado, a região do Delta do Mekong, uma das mais férteis do Vietnã, pode tornar-se vítima das mudanças climáticas. Um aumento do nível do mar inundaria rapidamente as fazendas de camarões, os vilarejos e os cultivos agrícolas, que garantem trabalho e sustento para os moradores locais. Segundo previsões mais pessimistas, até 2100, o mar engolirá 5% do território e 7% das terras agrícolas.
  • 9. Delta do Ganges, Bangladesh

    9 /10(Wikimedia Commons)

    Bangladesh é um país com poucas elevações acima do nível do mar, com grandes rios em todo seu território situado ao sul da Ásia. A estimativa é que 120 milhões de pessoas que vivem no delta do Ganges estão ameaçadas pela elevação do nível do mar. Os desastres naturais como inundações, ciclones tropicais, tornados e marés em rios são normais em Bangladesh todos os anos.
  • 10. Ar irrespirável

    10 /10(REUTERS)

    Agora, veja 10 números chocantes do "arpocalipse" chinês

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