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Embaixadora de Guaidó no Brasil revela contatos com Rússia e China

A Venezuela recebeu empréstimos da China e da Rússia, dois países que reconhecem Maduro, em troca de remessas de petróleo nos últimos anos

Teresa Belandria: representante no Brasil disse que novos protestos na Venezuela devem acontecer em novembro (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Teresa Belandria: representante no Brasil disse que novos protestos na Venezuela devem acontecer em novembro (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

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AFP

Publicado em 21 de outubro de 2019 às 19h11.

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, mantém "contatos exploratórios" com Rússia e China, aliadas do presidente Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (21) sua representante diplomática no Brasil, Teresa Belandria.

Belandria assegurou, ainda, que as forças opositoras venezuelanas da Assembleia Nacional chegaram a um acordo para reeleger em janeiro de 2020 Guaidó à presidência da Câmara, cargo que lhe permitiu em janeiro de 2019, com base a uma interpretação constitucional, ser declarado presidente interino do país petroleiro.

"Há um acordo político de todos os partidos para renovar a presidência de Juan Guaidó", afirmou sua representante durante evento em São Paulo para apresentar o plano econômico de uma eventual transição política.

"O presidente Guaidó se reuniu com a delegação chinesa em Caracas. Eles enviaram vários grupos de diplomatas para falar (...) e também tivemos contato com a delegação russa, sobretudo em Brasília", revelou.

"São contatos exploratórios, nos quais pediu-se [a Rússia e China] que sejam parte da solução da crise e se tornem facilitadores do processo de transição democrática", acrescentou.

Belandria informou que a expectativa é que essas conversas, sobre as quais não deu maiores detalhes, "deem frutos positivos para a restauração da democracia".

A Venezuela recebeu empréstimos da China e da Rússia em troca de remessas de petróleo nos últimos anos. Os dois países reconhecem Maduro, herdeiro político do falecido Hugo Chávez, como presidente de Venezuela.

Maduro se reuniu em setembro em Moscou com seu contraparte russo, Vladimir Putin.

Belandria disse que as discrepâncias nas fileiras da oposição são parte das discussões "democráticas" e não afetam o consenso sobre Guaidó, de 36 anos.

Novos protestos devem ocorrer em novembro, assegurou.

O "Plano País", apresentado em São Paulo busca a recuperação do aparelho produtivo nacional mediante a abertura a investimentos estrangeiros e a repatriação de migrantes em caso de uma transição em Venezuela, afetada por uma grave crise econômica, política e social.

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