Líder norte-coreano, Kim Jong-un: país ameaçou fechar zona industrial que opera em conjunto com a Coreia do Sul e é fonte vital de recursos para o próprio Norte (KCNA/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2013 às 10h18.
Seil - A Coreia do Norte informou neste sábado que entrou em "estado de guerra" com seu vizinho do sul, continuando a escalada da retórica dura contra Seul e Washington, mas a Coreia do Sul minimizou a declaração, considerando que se trata de ameaça vazia.
O país do Norte também ameaçou fechar uma zona industrial que opera em conjunto com a Coreia do Sul, perto da fronteira fortemente armada entre os dois lados.
A região é fonte vital de recursos para o Norte, e milhares de sul-coreanos trabalham na região, cruzando diariamente a fronteira. A suspensão do projeto poderia elevar ainda mais a tensão, uma vez que a unidade é operada pelos sul-coreanos.
Coreia do Norte e Coreia do Sul têm estado tecnicamente em guerra há seis décadas, desde que o conflito 1950-1953 terminou com um armistício, e não um acordo de paz.
Apesar das ameaças, poucas pessoas acreditam que Pyongyang vai arriscar uma derrota quase certa ao reiniciar uma guerra.
"A partir deste momento, as relações entre o Norte e o Sul entrarão em um estado de guerra e todas as questões que possam surgir entre o Norte e o Sul serão tratadas de acordo", disse um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte, a KCNA.
Não havia sinais de atividade incomum no exército norte-coreano ou qualquer coisa que indique um ataque imediato, disse um funcionário do Ministério da Defesa da Coreia do Sul.
A Coreia do Norte vem ameaçando a Coreia do Sul e os militares de uma base dos EUA quase que diariamente desde o início de março, quando os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos realizaram exercícios de rotina.
O líder norte-coreano Kim Jong-un assinou recentemente uma ordem para colocar as suas unidades de mísseis de alerta para atacar bases militares dos EUA na Coreia do Sul e no Pacífico, depois que os EUA realizaram exercícios com aviões "invisíveis" aos radares sobre a península coreana, numa rara demonstração de força.