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Em Cuba, Evo Morales chama Trump de "inimigo da humanidade"

Nicolás Maduro, líder venezuelano, também criticou os EUA, e disse que os atuais "inimigos" da América Latina e do mundo são "a força imperial" do país

Evo Morales: "O inimigo deste momento é o presidente dos EUA, Donald Trump. O inimigo da humanidade, do planeta Terra" (Getty Images/Getty Images)

Evo Morales: "O inimigo deste momento é o presidente dos EUA, Donald Trump. O inimigo da humanidade, do planeta Terra" (Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 17 de julho de 2018 às 17h54.

Havana - Os presidentes de Venezuela, Nicolás Maduro, e Bolívia, Evo Morales, afirmaram nesta terça-feira, durante o encerramento do XXIV Foro de São Paulo, realizado em Havana, que os atuais "inimigos" da América Latina e do mundo são "a força imperial" dos Estados Unidos e o presidente do país, Donald Trump.

"Enquanto houver imperialismo, haverá luta. Enquanto houver imperialismo nos EUA, embora esteja em decadência, haverá conspiração, haverá intriga contra os governos progressistas", disse Maduro em uma sessão dedicada a Fidel Castro, um dos fundadores do Foro em 1990.

Segundo Maduro, a Venezuela teve que enfrentar "todo tipo de guerra não convencional" e está na "primeira linha de combate", mas suportou todas as agressões "sem desistir e sem abater".

"Sofremos grandes feridas, planos enlouquecidos do governo (de Donald Trump) e ameaças de ocupação militar. Cuba sabe disso. Nós não tememos nenhuma ameaça do império", afirmou Maduro, ovacionado pelos mais de 600 políticos e ativistas reunidos no Palácio de Convenções de Havana.

Apesar de todas as "ameaças", a Venezuela saberá "defender sua paz", porque "ninguém na América Latina veria com tranquilidade uma agressão" contra o país, indicou.

"O inimigo deste momento é o presidente dos EUA, Donald Trump. O inimigo da humanidade, do planeta Terra", reiterou Evo, que afirmou que as "ideias anti-imperialistas" e a "visão clara" de Fidel Castro estão hoje mais "vigentes do que nunca".

Morales lembrou sua participação em edições anteriores do Foro e como nos discursos de mais de sete horas de Fidel Castro os ouvintes "adormeciam, acordavam, voltavam a adormecer, mas nunca iam embora, porque era um privilégio ouvi-lo".

Na sessão de encerramento da 24ª edição do Foro de São Paulo, na qual também estiveram presentes os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e de El Salvador, Salvador Sánchez-Cerén, os participantes criticaram a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificando-a como de caráter político.

Também foi comemorada pelos líderes presentes a vitória de Andrés Manuel López Obrador na eleição para a presidência do México e manifestada solidariedade ao governo de Daniel Ortega na Nicarágua.

"O contexto político e social da região merece a coordenação urgente de todas as forças progressistas de esquerda para a construção de uma plataforma anti-hegemônica. A unidade parece ser hoje a única saída", ressaltou Díaz-Canel, que substituiu Raúl Castro na presidência de Cuba em abril.

Segundo o novo líder cubano, "a ascensão da direita torna necessário voltar ao ideal integracionista de Fidel Castro e reconduzir a luta para concretizar um plano de ações comum e realizável".

Em três dias de debates, o Foro realizado na capital cubana contou com a presença de ex-governantes como Dilma Rousseff e o hondurenho Manuel Zelaya, além de líderes de partidos comunistas e de esquerda de todo o mundo.

Criado em 1990 por iniciativa de Fidel e Lula, o Foro de São Paulo foi concebido como um espaço de debates e definição de estratégias da esquerda latino-americana. Esta é a terceira edição do evento realizada em Havana, que sediou as de 1993 e 2001. A do ano passado aconteceu na Nicarágua, e a próxima está marcada para julho de 2019, na Venezuela.

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