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Em Bangladesh, católicos aguardam visita do papa com ansiedade

Visita do papa Francisco será a segunda de um pontífice desde a independência de Bangladesh, em 1971

Papa Francisco: porta-voz da Igreja em Bangladesh, Kamal Corraya, espera que a visita de Francisco traga bênçãos para o país (Tony Gentile/Reuters)

Papa Francisco: porta-voz da Igreja em Bangladesh, Kamal Corraya, espera que a visita de Francisco traga bênçãos para o país (Tony Gentile/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 07h00.

Daca - A pequena comunidade católica que vive em Bangladesh, país de maioria muçulmana, se prepara para a visita do papa Francisco, um acontecimento que alguns jamais sonharam em ver e que muitos sabem que poderá ser uma oportunidade única.

Kanon Gomes vai à Igreja do Santo Rosário, em Daca, todos os domingos, mas nesta semana sua rotina mudará.

Ela e a família se inscreveram para participar da missa que o papa Francisco fará na próxima sexta-feira no Parque Suhrawardy Udyan, na capital do país.

"É muito emocionante para a gente. Estamos a apenas uma semana da visita do papa Francisco. Nunca pensei que teria essa oportunidade. Realmente me sinto uma pessoa de sorte", disse à Agência Efe a mulher, de 35 anos e uma dos 384 mil católicos em um país de 160 milhões de habitantes, onde menos de 1% da população professa o catolicismo.

Construída por missionários portugueses em 1677, a Igreja do Santo Rosário é uma das mais antigas de país e conta com, aproximadamente, 20 mil fiéis, o que a transforma em uma das maiores referências para a comunidade católica no país.

Mas para esta semana, cerca de 25 mil pessoas já se registraram para estar na cerimônia, que é o único programa aberto a todos os cristãos durante a visita papal.

De acordo com Mintu Lawrence, um dos padres da Igreja, o número inscritos cresce diariamente, porque nenhum católico do país quer perder a oportunidade de ver Francisco e assistir a uma missa com o pontífice.

Ele visitará a igreja no sábado, o último dia da viagem, para se reunir com religiosos, seminaristas e noviças, e depois fará uma visita fechada ao Lar de Madre Teresa, um orfanato e hospital perto do templo.

Para a ocasião, a igreja ganhou uma pintura, instalou algumas mobílias novas e recebeu alguns arranjos. O trabalho foi desenvolvido por outro fiel do templo, o empresário Theophil Rosário.

"Vou à missa todas as semanas, mas agora é como se fosse uma festa para a gente. Tenho certeza de que a visita do papa será como uma bênção para todos", afirmou.

A visita do papa Francisco será a segunda de um pontífice desde a independência de Bangladesh, em 1971. O papa João Paulo II foi ao país em 1986, e Paulo VI fez uma breve parada em Daca em 1970, quando o país ainda fazia parte do Paquistão, para transmitir solidariedade às vítimas de um ciclone que havia passado pela região.

O porta-voz da Igreja, Kamal Corraya, espera que a visita de Francisco traga bênçãos para o país.

"O papa Francisco está sempre preocupado com Bangladesh. Falou depois do desabamento do prédio Rana Plaza (2013) e do ataque à padaria Holey Artisan (2016). As pessoas sempre ouviram as palavras dele, agora poderão vê-lo pessoalmente", disse Corraya, citando o colapso do edifício de três andares, onde funcionava uma fábrica de roupas e no qual mais de 1.100 pessoas morreram e 2.500 ficaram feridas, e ao ataque terrorista a um restaurante sofisticado de Daca que matou 20 pessoas.

Stephen Hira também está ansiosa com a ideia. Ela acredita que o papa poderá ajudar no tratamento do filho, que tem crises renais e é atendido pelo hospital do Lar de Madre Teresa.

"Se meu filho receber a benção do papa, tenho certeza de que será curado. Estamos desejando muito esse encontro", disse a mãe, confiante.

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