Elon Musk com Donald Trump, durante um comício (Jim Watson/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 18h09.
O empresário Elon Musk, o homem mais rico do mundo, deu um grande passo para se aproximar da política ao se tornar um dos principais apoiadores da campanha vitoriosa de Donald Trump à Presidência.
Com a vitória do republicano, crescem as dúvidas se Musk tentará passos maiores, incluindo o de tentar ser presidente dos EUA.
O bilionário, no entanto, não pode disputar o cargo máximo do país, por ter nascido na África do Sul. Para ser presidente dos Estados Unidos, é preciso ter nascido no país. Assim, pessoas que nasceram em outros locais e obtiveram a cidadania americana mais tarde ficam impedidas de disputar o cargo.
"Meu avô era americano, mas eu nasci na África, então eu não posso ser presidente", disse Musk, durante um evento em outubro. "Mas eu realmente não quero ser presidente. Quero fabricar foguetes e carros. Eu acredito que queremos uma civilização espacial, e é onde meu foco vai se manter", disse.
Musk, 53 anos, tem dito que gostaria de ajudar o governo federal a ser mais eficiente. Trump afirmou que pretende criar uma comissão federal sobre o tema, "com a tarefa de conduzir uma auditoria fiscal e de desempenho de todo o governo federal", durante um evento em Nova York.
O bilionário disse, no X, ter interesse no tema. "Estou ansioso para servir a América se a oportunidade surgir. Sem pagamento, sem título, nenhum reconhecimento é preciso", postou.
Em um comício em Nova York, Musk falou que cortaria US$ 2 trilhões do Orçamento federal dos EUA, sem especificar onde faria cortes.
Em uma entrevista na Fox News, Trump disse que gostaria que Musk fosse seu "secretário de corte de gastos", mas sem integrar formalmente seu gabinete.
No entanto, caso ele tenha um cargo oficial no governo, isso o colocaria em uma situação de conflito de interesse. As empresas de Musk estão envolvidas em ao menos 10 batalhas legais contra o governo americano, segundo a NBC News.
De um lado, empresas de Musk, como a SpaceX, têm contratos bilionários com o governo americano. De outro, empresas como a Tesla podem ser impactadas por decisões da Casa Branca.
Um aumento de tarifas sobre importações da China poderia trazer prejuízos para a Tesla, por exemplo, que produz carros e componentes daquele país.
Ao mesmo tempo, a proximidade com Trump poderá dar a ele poder para sugerir e pressionar por mudanças regulatórias que beneficiem suas empresas.
O republicano promete cortar regulações quando tomar posse, assim como baixar impostos para grandes empresas e pessoas muito ricas, o que se tornou uma pauta comum aos dois.