Eletrobras avalia ativos de transmissão e energia eólica nos EUA

Rio de Janeiro - A Eletrobras está mirando ativos de transmissão e de geração eólica de energia nos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira o superintendente de operações da estatal no exterior, Sinval Gama.

"Pensamos em comprar nos EUA um ativo com investimento não muito grande para que a gente conheça as regras (do setor de energia norte-americano)", disse ele a jornalistas, após participar do 22o Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).

"Os EUA estão falando que vão colcoar 60 bilhões de dólares em sistema de transmissão. Como somos das grandes empresas de transmissão do mundo, queremos estar lá quando começarem os leilões para vermos a nossa competência. Estamos analisando", acrescentou Gama.

A estatal também está de olho na geração de energia eólica no mercado norte-americano, que também deve dar um salto nos próximos anos.

"Estamos de olho e vendo se existe alguma empresa que está à venda... Nesse momento, estamos olhando para transmissão e eólica."

Segundo o executivo, as Américas serão o principal foco de atuação da Eletrobras em sua estratégia de internacionalização.

"Nosso objetivo é ter 10 por cento da receita da Eletrobras no exterior em 2020. Estamos analisando, estudando e fazendo inventários para ver como isso pode acontecer até 2020", disse.

"Queremos ser uma empresa moderna, agressiva e atingir um grande patamar. As grandes como Endesa, EDF, Suez e outras têm mais de 70 por cento da receita fora do país de origem", acrescentou Gama, ao alertar que a incursão de chineses no mercado mundial de energia merece cuidado e atenção.

No final de semana, a chinesa State Grid Corporation anunciou a compra dos ativos de transmissão de energia no Brasil em um negócio avaliado em 3,1 bilhões de reais, incluindo dívidas.

Fora do Brasil, a Eletrobras está construindo um linha de transmissão para interligar o Uruguai ao sistema elétrico brasileiro, negocia a construção de uma hidrelétrica na fronteira com a Argentina, com capacidade de 2 mil megawatts, e deve iniciar no fim do ano uma hidrelétrica na Nicarágua.

Além disso, a Eletrobras analisa a construção de ao menos 5 hidrelétricas no Peru, sendo que o primeiro estudo de viabilidade de um dos empreendimentos deve ser finalizado ainda em 2010.